Final Book I Portuguese August 2005

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE
TIMOR-LESTE

Orçamento Geral do Estado
2005-06
Documento Orçamental N° 1

Preparado pelo Ministério do Plano e das Finanças
República Democrática de Timor-Leste

-1-

ÍNDICE
ÍNDICE.............................................................................................................................................. 1
TABELAS E GRÁFICOS ........................................................................................................................ 3
PARTE 1 – PANORAMA ....................................................................................................................... 5
ORÇAMENTO DE FONTES COMBINADAS .................................................................................................................... 5
POSIÇÃO DO ORÇAMENTO GERAL DO ESTADO ......................................................................................................... 7
EXECUÇÃO DE DESPESAS NO ORÇAMENTO GERAL DO ESTADO................................................................................. 9
POLÍTICA DE POUPANÇAS E FUNDO PETROLÍFERO ....................................................................................................11
PROGRAMAS DE INVESTIMENTO SECTORIAL (PIS).....................................................................................................12

PROGRAMA DE APOIO À CONSOLIDAÇÃO (PAC) .......................................................................................................13

PARTE 2 – PRINCIPAIS DESENVOLVIMENTOS NA NAÇÃO ................................................................... 17
Governação................................................................................................................................................................. 17
Serviços Sociais Básicos ............................................................................................................................................ 19
Sectores Relativos à Produção .................................................................................................................................. 19
Infra-estruturas Básicas .............................................................................................................................................. 20

CAPACITAÇÃO E DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL ................................................................................................21
PLANEAMENTO & COORDENAÇÃO DE ASSISTÊNCIA EXTERNA ....................................................................................21
Tendências na Assistência Externa ........................................................................................................................... 23

PARTE 3 – A ECONOMIA ................................................................................................................... 24
DESENVOLVIMENTOS PASSADOS ............................................................................................................................24
DESENVOLVIMENTOS ACTUAIS ................................................................................................................................26
DESENVOLVIMENTOS FUTUROS ..............................................................................................................................27
IMPLICAÇÕES E POLÍTICAS ......................................................................................................................................29

PARTE 4 – RECEITAS ........................................................................................................................ 30
TOTAL DAS RECEITAS ............................................................................................................................................30

RECEITAS PETROLÍFERAS.......................................................................................................................................31
Caixa 4.1 Metodologia e Pressupostos ...................................................................................................................... 31
Riscos.......................................................................................................................................................................... 34

RECEITAS NÃO PETROLÍFERAS ...............................................................................................................................35
RECEITAS DAS AGÊNCIAS AUTÓNOMAS ...................................................................................................................38

PARTE 5 – FUNDO PETROLÍFERO ...................................................................................................... 39
INFORMAÇÕES DE FUNDO E CONSULTAS .................................................................................................................39
PRINCIPAIS PRINCÍPIOS DE CONCEPÇÃO..................................................................................................................39
PRINCIPAIS ASPECTOS DO FUNDO PETROLÍFERO .....................................................................................................40
A POLÍTICA DE POUPANÇAS ....................................................................................................................................43
CÁLCULO DO NÍVEL ESTIMADO DE DESPESAS SUSTENTÁVEIS ...................................................................................44

PARTE 6 – DESPESAS....................................................................................................................... 48
PERCENTAGENS SECTORIAIS DO ORÇAMENTO DE ESTADO E FONTES COMBINADAS ...................................................48
AJUDA DO JAPÃO NÃO RELATIVA A PROJECTOS ......................................................................................................52
DESPESAS E PRINCIPAIS NOVAS MEDIDAS DO ORÇAMENTO GERAL DO ESTADO ........................................................52
PANORAMA ...........................................................................................................................................................52
PROGRAMA DE APOIO À CONSOLIDAÇÃO (PAC) .......................................................................................................60

NÚMEROS E QUESTÕES DE FUNCIONÁRIOS..............................................................................................................62
QUADRO DE FINANCIAMENTO E MEDIDAS POR MINISTÉRIO E SECRETÁRIO DE ESTADO ................................................64
Presidência da República ........................................................................................................................................... 64
Parlamento Nacional................................................................................................................................................... 66
Gabinete do Primeiro-Ministro e Presidência do Conselho de Ministros................................................................... 70
Ministério de Defesa ................................................................................................................................................... 75
Secretário de Estado do Conselho de Ministros ........................................................................................................ 79

MINISTÉRIO DE ADMINISTRAÇÃO ESTATAL ...............................................................................................................81
Ministério do Interior (Excluíndo A PNTL) .................................................................................................................. 87
Policia Nacional de Timor-Leste (PNTL) .................................................................................................................... 91
Ministério de Desenvolvimento................................................................................................................................... 96
Ministério de Justiça ................................................................................................................................................. 100
Ministério de Agricultura, Florestas e Pescas .......................................................................................................... 106
Ministério de Educação e Cultura............................................................................................................................. 114
Ministério de Saúde .................................................................................................................................................. 121
Ministério do Trabalho e Reinserção Comunitária ................................................................................................... 126
Ministério de Negócios Estrangeiros e Cooperação ................................................................................................ 131
Ministério de Plano e das FIinanças......................................................................................................................... 135
Ministério de Transportes e Comunicações ............................................................................................................. 143

Ministério de Obras Públicas .................................................................................................................................... 148
Ministério de Recursos Naturais, Minerais e Política Energética ............................................................................ 152
Secretário de Estado de Juventude e Desporto....................................................................................................... 156

-1-

Tribunais.................................................................................................................................................................... 159
Autoridade Bancaria e de Pagamentos.................................................................................................................... 162
Serviço Públic de Radiodifusão de Timor-Leste ...................................................................................................... 164
Provedor dos Direitos Humanos............................................................................................................................... 168
Agência Autónoma - Serviço de Electricidade de Timor-Leste................................................................................ 171
Outras Agências Autónomas .................................................................................................................................... 173
PARTE 7 – DECLARAÇÃO DOS RISCOS ............................................................................................ 175

RISCOS OÇAMENTAIS CHAVES – RECEITAS ...........................................................................................................175
Fundo Petrolífero ...................................................................................................................................................... 175
Mar de Timor ............................................................................................................................................................. 175
Contribuições dos Doadores .................................................................................................................................... 176
Riscos Gerais............................................................................................................................................................ 176


RISCOS OÇAMENTAIS CHAVES – DESPESAS ..........................................................................................................176
UNMISET e Avaliações da ONU .............................................................................................................................. 177
Alterações nos Preços do Combustível.................................................................................................................... 177
Futuros Processos Eleitorais .................................................................................................................................... 177
Necessidades de capital para a Defesa e para a Polícia......................................................................................... 177
Subsídio do FCTL para a Electricidade de Timor-Leste .......................................................................................... 178
Execução orçamental ............................................................................................................................................... 178

ANEXO 1 ORÇAMENTO GERAL DO ESTADO (EXCLUÍNDO AGÊNCIAS AUTÓNOMAS) ($000)..........................................179
ANEXO 2 ORÇAMENTO GERAL DO ESTADO (INCLUÍNDO AGÊNCIAS AUTÓNOMAS) ($000) ..........................................180
ANEXO 3 ORÇAMENTO GERAL DO ESTADO DOTAÇÕES DE 2005-06 E E ESTIMATIVAS PARA 2006-07 ATÉ 2008-09
POR PROGRAMA ($000).......................................................................................................................................181
ANEXO 4 MAPA DAS DOTAÇÕES DO ORÇAMENTO GERAL DOESTADO ($000).........................................220
ANEXO 5 PLANO DE CAPITAL E DESENVOLVIMENTO PARA TIMOR-LESTE 2005-06 ATE 2008-09 ..........................236
ANEXO 6 PERFIL DE FUNCIONÁRIOS ......................................................................................................................242
TOTAL STAFFING 2005-2006 ................................................................................................................................252
ANEXO 7 GUIA DO UTILIZADOR .............................................................................................................................253

-2-


TABELAS E GRÁFICOS
TABELA 1.1 ORÇAMENTO DE FONTES COMBINADAS NÃO PETROLÍFERO DE 2004-05 A 2008-09 ($M) ................................................................6
TABELA 1.2 SALDOS ESTIMADOS DO PTP/ E PROPOSTO FUNDO PETROLÍFERO DE TIMOR-LESTE 2004-05 A 2008-09 ($M)................................6
TABELA 1.3 POUPANÇAS ESTIMADAS DE TIMOR-LESTE 2004-05 A 2008-09 ($M)..............................................................................................6
GRÁFICO 1.1 MOVIMENTOS NO PREÇO DE PETRÓLEO E SUPOSIÇÕES 1986 – 2011 ..........................................................................................7
TABELA 1.4 SALDO FISCAL DE TODO O ESTADO SEGUNDO CENÁRIOS DE PREÇOS PETROLÍFEROS BASE, ALTOS E BAIXOS .................................7
TABELA 1.5 ORÇAMENTO GERAL DO ESTADO 2004-05 A 2008-09 ($M)............................................................................................................8
GRÁFICO 1.2 RECEITAS PETROLÍFERAS E DESPESAS SUSTENTÁVEIS DAS RECEITAS PETROLÍFERAS ...............................................................11
TABELA 1.6 ORÇAMENTO DE FONTES COMBINADAS 2004-05 TO 2008-09 ($M) ..............................................................................................15
TABELA 1.7 ORÇAMENTO DE FONTES COMBINADAS 2004-05 TO 2008-09 (% DE PIB) ....................................................................................16
TABELA 2.1 TENDÊNCIAS NA ASSISTÊNCIA A TIMOR-LESTE ($M) .....................................................................................................................23
TABELA 3.1 PRINCIPAIS COMPONENTES DO PIB ($M).....................................................................................................................................24
TABELA 3.2 TAXAS DE CRESCIMENTO E CONTRIBUIÇÕES PARA O CRESCIMENTO DO PIB (%) 2001-2003 ........................................................25
TABELA 3.3 TAXAS DE CRESCIMENTO DE PIB REAL .......................................................................................................................................28
TABELA 3.4 TAXAS DE PIB NOMINAL 1999-00 A 2008-09..............................................................................................................................28
GRÁFICO 3.1 DESPESA PELOS AGENTES DE MANUTENÇÃO DA PAZ DA ONU, OUTRA ASSISTÊNCIA INTERNACIONAL E ORÇAMENTO DE ESTADO E
PIB NÃO PETROLÍFERO. .....................................................................................................................................................................28
TABELA 4.1 TOTAL ESTIMADO DAS RECEITAS DE TIMOR-LESTE ($M)..............................................................................................................30
TABELA 4.2 PRESSUPOSTOS DOS PREÇOS MUNDIAIS DO PETRÓLEO ($ POR BARRIL) ......................................................................................31
TABELA 4.3 ESTIMATIVA DAS RECEITAS PETROLÍFERAS ($M) .........................................................................................................................32

GRÁFICO 4.1 ALTERAÇÕES NOS PREÇOS MUNDIAIS DO PETRÓLEO – BASE WTI ($ POR BARRIL)......................................................................33
GRÁFICO 4.2 RECEITAS PETROLÍFERAS DE TIMOR-LESTE ENTRE 2004-05 E 2022-23.....................................................................................34
TABELA 4.4 CENÁRIOS PARA AS RECEITAS DO MAR DE TIMOR ........................................................................................................................34
TABELA 4.5 RECEITAS NÃO PETROLÍFERAS ($M)............................................................................................................................................35
TABELA 4.6 TAXAS, PAGAMENTOS DE UTILIZAÇÃO E OUTRAS RECEITAS ($M) .................................................................................................36
TABELA 4.7 RECEITAS DAS AGÊNCIAS AUTÓNOMAS ($M) ...............................................................................................................................38
DIAGRAMA 5.1 PREVISÃO DE COMO O FUNDO PETROLÍFERO DE TIMOR-LESTE DEVERÁ FUNCIONAR .................................................................42
TABELA 5.1 O FUNDO PETROLÍFERO .............................................................................................................................................................43
GRÁFICO 5.1 RECEITAS PETROLÍFERAS E DESPESAS SUSTENTÁVEIS DAS RECEITAS PETROLÍFERAS ...............................................................44
DIAGRAMA 5.2 CÁLCULO DOS RENDIMENTOS SUSTENTÁVEIS DAS RECEITAS PETROLÍFERAS ...........................................................................45
TABELA 5.2 RECEITAS PETROLÍFERAS DESCONTADAS ...................................................................................................................................47
TABELA 6.1 ORÇAMENTO DE FONTES COMBINADAS 2005-06 .........................................................................................................................49
TABELA 6.2 AGRUPAMENTO DE MINISTÉRIOS DENTRO DOS SECTORES DO PDN / PIS .....................................................................................50
TABELA 6.3 TOTAL DAS AFECTAÇÕES DO ORÇAMENTO GERAL DO ESTADO 2005-06 ......................................................................................53
TABELA 6.4 PRINCIPAIS MEDIDAS DO ORÇAMENTO GERAL DO ESTADO 2005-06 A 2008-09............................................................................54
TABELA 6.5 O ORÇAMENTO GERAL DO ESTADO (ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA) VALORES AGREGADOS ................................................................57
TABELAS 6.6 REALIZAÇÕES CONTRA ALVOS DO PAT 2005-06 ATÉ 2008-09 (%) ............................................................................................61
TABELA 6.7 TOTAL DOS FUNCIONÁRIOS 2005-06 ...........................................................................................................................................63
TABELA 6.8 QUADRO DE FINANCIAMENTO CONSOLIDADO E FUNCIONÁRIOS PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA ($000) .............................................64
TABELA 6.9 VISTA GERAL DE FINANCIAMENTO CONSOLIDADO E FUNCIONÁRIOS PARLAMENTO NACIONAL ($000).............................................66

TABELA 6.10 VISTA GERAL DE FINANCIAMENTO CONSOLIDADO E FUNCIONÁRIOS GABINETE DO PRIMEIRO-MINISTRO E PRESIDÊNCIA DO CDM
($000)...............................................................................................................................................................................................70
TABELA 6.11 QUADRO DE FINANCIAMENTO CONSOLIDADO E FUNCIONÁRIOS MINISTRO DA DEFESA ($000)......................................................75
TABELA 6.12 QUADRO DE FINANCIAMENTO CONSOLIDADO E FUNCIONÁRIOS DO SECRETÁRIO DE ESTADO DO CONSELHO DE MINISTROS ($000)
.........................................................................................................................................................................................................79
TABELA 6.13 QUADRO DE FINANCIAMENTO CONSOLIDADO E FUNCIONÁRIOS DO MINISTÉRIO DE ADMINISTRAÇÃO ESTATAL ($000)...................81
TABELA 6.14 QUADRO DE FINANCIAMENTO CONSOLIDADO E FUNCIONÁRIOS DO MINISTÉRIO DO INTERIOR (EXCL PNTL) ($000) ......................87
TABELA 6.17 QUADRO DE FINANCIAMENTO CONSOLIDADO E FUNCIONÁRIOS DA PNTL ($000) ........................................................................91
TABELA 6.18 QUADRO DE FINANCIAMENTO CONSOLIDADO E FUNCIONÁRIOS DO MINISTÉRIO DE DESENVOLVIMENTO ($000) ...........................96

-3-

TABELA 6.19 QUADRO DE FINANCIAMENTO CONSOLIDADO E FUNCIONÁRIOS DO MINISTÉRIO DE JUSTIÇA ($000)...........................................100
TABELA 6.20 QUADRO DE FINANCIAMENTO CONSOLIDADO E FUNCIONÁRIOS DO MINISTÉRIO DE AGRICULTURA, FLORESTAS E PESCAS ($000)
.......................................................................................................................................................................................................106
TABELA 6.21 QUADRO DE FINANCIAMENTO CONSOLIDADO E FUNCIONÁRIOS DO MINISTÉRIO DE EDUCAÇÃO E CULTURA ($000) ....................114
TABELA 6.22 QUADRO DE FINANCIAMENTO CONSOLIDADO E FUNCIONÁRIOS DO MINISTÉRIO DE SAÚDE ($000).............................................121
TABELA 6.23 QUADRO DE FINANCIAMENTO CONSOLIDADO E FUNCIONÁRIOS DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E REINSERAÇÃO COMUNITÁRIA
($000).............................................................................................................................................................................................126
TABELA 6.24 QUADRO DE FINANCIAMENTO CONSOLIDADO E FUNCIONÁRIOS DO MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS E COOPERAÇÃO

($000).............................................................................................................................................................................................131
TABELA 6.25 QUADRO DE FINANCIAMENTO CONSOLIDADO E FUNCIONÁRIOS DO MINISTÉRIO DO PLANO E DAS FINANÇAS ($000)...................135
TABELA 6.26 QUADRO DE FINANCIAMENTO CONSOLIDADO E FUNCIONÁRIOS DO MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES ($000)
EXCLUÍNDO AGÊNCIAS AUTONOMAS .................................................................................................................................................143
TABELA 6.27 QUADRO DE FINANCIAMENTO CONSOLIDADO E FUNCIONÁRIOS DO MINISTÉRIO OBRAS PÚBLICAS ($000) .................................148
TABELA 6.28 QUADRO DE FINANCIAMENTO CONSOLIDADO E FUNCIONÁRIOS DO MINISTÉRIO DE RECURSOS NATURAIS, MINERAIS E POLÍTICA
ENERGÉTICA ($000) EXCLUÍNDO AGÊNCIAS AUTONOMAS .................................................................................................................152
TABELA 6.29 QUADRO DE FINANCIAMENTO CONSOLIDADO E FUNCIONÁRIOS DO SECRETÁRIO DE JUVENTUDE E DESPORTO ($000)...............156
TABELA 6.30 QUADRO DE FINANCIAMENTO CONSOLIDADO E FUNCIONÁRIOS DOS TRIBUNAIS ($000) ............................................................159
TABELA 6.31 QUADRO DE FINANCIAMENTO CONSOLIDADO E FUNCIONÁRIOS DA AUTORIDADE BANCÁRIA E DE PAGAMENTOS ($000) .............162
TABELA 6.32 QUADRO DE FINANCIAMENTO CONSOLIDADO E FUNCIONÁRIOS DO SERVIÇO PÚBLICO DE RADIODIFUSÃO DE TIMOR-LESTE ($000)
.......................................................................................................................................................................................................164
TABELA 6.33 QUADRO DE FINANCIAMENTO CONSOLIDADO E FUNCIONÁRIOS DO PROVEDOR DOS DIREITOS HUMANOS ($000).......................168
TABELA 6.34 QUADRO DE FINANCIAMENTO CONSOLIDADO E FUNCIONÁRIOS DO SERVIÇO DE ELECTRICIDADE DE TIMOR-LESTE ($000).........171
TABELA 6.35 QUADRO DE FINANCIAMENTO CONSOLIDADO E FUNCIONÁRIOS DAS OUTRAS AGÊNCIAS AUTÓNOMAS ($000)............................173

-4-

PARTE 1 – PANORAMA
Até à data, Timor-Leste conseguiu resultados mistos na implementação do Plano de Desenvolvimento

Nacional (PDN). Há dois grandes desafios fiscais a que Timor-Leste tem de dar resposta para que seja
possível concretizar estas políticas do PDN. Em primeiro lugar, as políticas e programas de Governo
articulados nos Programas de Investimento Sectorial(PIS) devem ser financiados e implementados. Em
segundo lugar, o Governo deve orçamentar níveis de despesa maiores ainda mais sustentáveis a partir das
suas próprias receitas, bem como aumentar de forma significativa o seu nível de execução das despesas
orçamentadas. Os Parceiros de Desenvolvimento podem assistir a suplantar desafios através da
contribuição continuada para os programas do PIS, da prestação de assistência técnica e de capacitação e
da contribuição para a assistência ao programa de apoio à consolidação.
Este Panorama descreve questões em termos de: Orçamento de Fontes Combinadas; Orçamento Geral do
Estado; execução orçamental; política de poupanças e Fundo Petrolífero; mais trabalho para desenvolver os
PIS; definir o Programa de Apoio à Consolidação (PAC) e adequar as políticas para elevar o crescimento
económico. Temos como conclusão, e como um componente do PIB, uma tabela que mostra a posição
fiscal consolidada para Timor-Leste.

ORÇAMENTO DE FONTES COMBINADAS
O Orçamento de Fontes Combinadas de 2005-06 mostra uma lacuna de financiamento ao longo dos
próximos quatro anos. Isto acontece uma vez que o total estimado das despesas nos PIS é superior ao total
dos recursos financeiros disponíveis a partir dos níveis do Orçamento do Estado sustentável esperados e
aos compromissos de despesa feitos presentemente pelos Parceiros de Desenvolvimento. A superação
deste défice de financiamento é o primeiro grande desafio fiscal para Timor-Leste e para os seus Parceiros

de Desenvolvimento.
Os PIS prevêem que serão necessários cerca de $988m de despesas, ou aproximadamente $247m por
anos, ao longo dos próximos quatro anos, por forma a melhor implementar e atingir os objectivos definidos
no PDN e os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio para Timor-Leste. Esta estimativa é o resultado de
uma análise ampla das necessidades de desenvolvimento de Timor-Leste, de uma contribuição financeira
razoável dos Parceiros de Desenvolvimento e da capacidade dos projectos de desenvolvimento serem
implementados e executados. Um nível de despesas mais baixo irá comprometer a estratégia de redução
da pobreza traçada pelo Governo e levar a taxas mais baixas de desenvolvimento económico e social em
Timor-Leste.
O Governo está determinado a gerir os seus próprios recursos de modo sensato e a evitar a “maldição dos
recursos” que se abateu sobre tantos outros países em vias de desenvolvimento e ricos em recursos. Deste
modo, Timor-Leste irá gastar a um nível sustentável e poupar as receitas restantes através do Fundo
Petrolífero, respeitando assim o princípio de justiça geracional na utilização dos recursos provenientes de
fontes não renováveis.
Embora o panorama da indústria petrolífera contenha sempre riscos, os elevados preços de petróleo nos
mercados mundiais (tanto actuais como previstos para o futuro) e o desenvolvimento bem sucedido do
projecto do Bayu Undan levaram a fortes receitas orçamentais actuais e estimadas para o futuro. TimorLeste irá seguir uma forte política de poupanças usando o seu Fundo Petrolífero para: construir poupanças
significativas a partir das receitas petrolíferas como um mecanismo de investimento para a conservcão do
valor dos recursos, obtenção de rendimentos e assim garantir que as gerações futuras venham a beneficiar
também das actuais receitas petrolíferas.
O nível sustentado das despesas está agora estimado em mais de $138m em 2005-06, aumentando para
mais de $155m em 2008-09. Deste modo o Governo irá simultaneamente seguir uma política de despesas
expressiva com aumentos muito significativos nas despesas em 2005-06 e para os anos seguintes. Por
exemplo, as despesas em 2005-06 aumentarão em mais de 30 porcento. A Revisão Semestral e os
Orçamentos Futuros serão usados para aumentar ainda mais as despesas até à estimativa sustentável das
mesmas e para monitorizar os níveis de execução. O Governo pretende que as despesas do Orçamento de
Estado enquanto percentagem do total das despesas aumentem acentuadamente a partir de uma
proporção relativamente pequena (menos de 40 porcento) das despesas de fontes combinadas em 2004-05
para uma maior proporção (cerca de [60] porcento) das despesas em 2008-09.
O restante das despesas de fontes combinadas consistirá em programas bilaterais e multilaterais
financiados por Parceiros de Desenvolvimento. O Registo de Assistência Externa (RAE) mostra que os
-5-

compromissos de despesas feitos pelos Parceiros de Desenvolvimento caem para níveis muito baixos
durante os próximos quatro anos. Por exemplo, descem de cerca de $108m em 2004-05 para cerca de
$58m em 2005-06, descendo ainda mais para cerca de $6m em 2008-09. A obtenção de compromissos de
despesa por parte dos Parceiros de Desenvolvimento consistentes com as necessidades de
desenvolvimento de Timor-Leste é o primeiro grande desafio para Timor-Leste e para os seus Parceiros de
Desenvolvimento. O Governo incentiva os Parceiros de Desenvolvimento para que sejam capazes de
trabalhar através dos Grupos Sectoriais de Trabalho por forma a comprometerem-se relativamente a
programas adicionais identificados nos PIS.
A Tabela 1.1 mostra as estimativas de despesas, receitas e financiamento para o Orçamento de Fontes
Combinadas Não Petrolífera de 2005-06, incluindo contribuições do Orçamento e dos Parceiros de
Desenvolvimento. A Tabela 1.2 mostra o desenvolvimento estimado do fundo petrolífero.

Tabela 1.1
Orçamento de Fontes Combinadas Não Petrolífero de 2004-05 a 2008-09 ($m)
2004-05

2005-06

2006-07

2007-08

2008-90

Orçamento Geral do Estado Comprometido

195
87

180
122

152
120

141
127

132
125

604
494

Parceiros de Desenvolvimento Comprometido

108

58

32

14

6

109

Decisoes Tomadas

Total de Despesas no PIS
Orçamento Geral do Estado
Parceiros de Desenvolvimento
Compromisso Requirido dos Parceiros de
Desenvolvimento

Total 4
Anos

197

234

259

262

233

988

87

122

120

127

125

494

110

112

139

135

108

494

2

54

107

121

102

385

Tabela 1.2
Saldos Estimados do PTP/ e Proposto Fundo Petrolífero de Timor-Leste 2004-05 a
2008-09 ($m)
2005-06

2006-07

2007-08

2008-09

Saldo (Princípio)

63

108

235

352

Receitas Petrolíferas

41

177

168

199

Saídas

0

59

64

68

Juros

5

9

13

19

108

235

352

503

Saldo (Fim do Ano)

Tabela 1.3
Poupanças Estimadas de Timor-Leste 2004-05 a 2008-09 ($m)

Fundo Petrolifero/Primeiro Tranche Petrolifero
Fundo Consolidado de Timor-Leste
Total Saldo (Fim do Ano)

2004-05
Est
63
228
291

2005-06
Est
108
266
374

2006-07
Est
235
266
500

2007-08
Est
352
266
618

2008-09
Est
503
266
768

Como sempre, estas estimativas estão sujeitas a riscos e incertezas. As maiores incertezas dizem respeito
aos elevados preços petrolíferos e a compromissos de despesa por parte dos Parceiros de
Desenvolvimento no que se refere a programas Bilaterais / Multilaterais.
Por exemplo, os preços mundiais do petróleo oscilaram entre $32 e $56 em 2004, tendo tido assim uma
variação de $24. Este elevado nível de volatilidade tem consequências muito sérias para Timor-Leste. O
Gráfico 1.1 mostra flutuações nos preços mundiais do petróleo e o pressuposto subjacente às estimativas
de receitas no Orçamento de 2005-06. Um aspecto importante é que ilustra os grandes riscos relativos a
movimentações futuras nos preços mundiais do petróleo, sendo possível que os preços petrolíferos sejam
muito superiores ou muito inferiores ao estimado.
-6-

Gráfico 1.1
Movimentos no Preço de Petróleo e Suposições 1986 – 2011
60

$ por Barr

50
40
30
20
10

Ano
Cenário Alto

Preço do Dia e Baso

2010
2011

2008
2009

2006
2007

2004
2005

2002
2003

2000
2001

1998
1999

1996
1997

1994
1995

1992
1993

1990
1991

1988
1989

1986
1987

0

Cenário Baixo

A Tabela 1.3 mostra um Cenário de valores Altos, onde os preços são apenas $5 superiores aos previstos
no Cenário Base, o que levará a excedentes fiscais. Contudo, mostra também um Cenário de valores
Baixos, no qual os preços são apenas $10 inferiores ao cenário base e neste caso não haveria excedentes
fiscais o que significa que as políticas de despesa serão insustentáveis e a estratégia fiscal do Governo terá
de ser revista.

Tabela 1.4
Saldo Fiscal de Todo o Estado segundo Cenários de preços petrolíferos Base, Altos
e Baixos
2005-06

2006-07

2007-08

2008-09

4 Anos

Cenário Base

86

129

120

153

Cenário Baixo

15

41

28

31

115

118

162

149

305

735

Cenário Alto

488

POSIÇÃO DO ORÇAMENTO GERAL DO ESTADO
Os desenvolvimentos mais significativos na posição do Orçamento de Estado a médio prazo desde o
Orçamento Geral do Estado em 2004-05 derivam dos níveis de receitas petrolíferos significativamente
superiores que fluíram para o Tesouro (e que terá como destino o Fundo Petrolífero como popupança e o
Geral do Orçamento) o que origina um forte crescimento nas despesas do Orçamento de Estado, o
encerramento do défice de financiamento do Fundo Consolidado de Timor-Leste reflectido no último
Orçamento Geral do Estado e nas poupanças significativas no Fundo Petrolífero. A Tabela 1.4 apresenta a
posição a médio prazo do Orçamento de Estado.

-7-

Tabela 1.5
Orçamento Geral do Estado 2004-05 a 2008-09 ($m)
2004-05
Est
Administração Pública
Receitas Total

2005-06
Est

2006-07
Est

2007-08
Est

2008-09

Total
4 Anos

306

205

235

232

263

935

33
27
6

36
27
9

39
28
11

41
29
12

44
30
13

160
114
46

243
194
49
0

159
112
41
6

186
135
42
9

181
127
41
13

219
113
86
19

744
487
210
47

31

10

11

11

1

32

79
28
34
2
9

112
29
47
6
24

109
31
48
4
19

115
32
47
4
24

112
33
48
4
19

447
126
190
18
86

5

4
2

4
2

6
3

5
3

19
9

Saldo Orçamental da Administração Pública Total

228

93

126

118

150

488

Investimentos Total
Capitalização da ABP

-

11
11

-

-

-

Saldo Fiscal da Administração Pública

228

83

126

118

150

477

Agências Autônomas
Receitas
Transferencias do Governo Central
Autoridades Públicas Não financieiras
Despesas
Autoridades Públicas Não financieiras

-

-

-

-

-

Receitas Domésticas
Impostos Domésticas
Outras Receitas Domésticas
Receitas Petrolíferas
Impostos Petrolíferas
Direitos e Juros do Mar de Timor
Outras Receitas Petrolíferas
Apoio Directo ao Orcamento do Estado
Despesas Total
Salários
Bens e Serviços
Capital Menor
Capita de Desenvolvimento
Subsidios (aos APNF)
Capital Subsidisado pelo Governo Geral

Saldo Fiscal Agências Autônomas
Saldo Fiscal Todo o Estado

-

5
8

-

6
10

14

-

0
228

-

6
12
-

8
12

11
11

8
13

-

-

28
47
-

16

18

20

21

75

83

126

118

150

477

Está agora estimado que as receitas do Orçamento de Estado sejam muito superiores ao anteriormente
previsto, conforme é abordado na Parte 4. Isto deve-se às receitas petrolíferas superiores ao previsto. As
maiores receitas petrolíferas derivam dos altos preços mundiais do petróleo, os quais estão actualmente
acima dos $50 por barril, após terem flutuado entre os $32 e os $56 por barril desde o início de 2004. Para
lá disto, os mercados esperam agora que o preço do petróleo no futuro seja muito superior ao anteriormente
previsto, sendo previsto para 2010 de cerca de $38, valor este superior aos $28 esperados há um ano.
A política do Governo é de gastar, mas gastar de forma sensata. Com receitas petrolíferas superiores ao
estimado prevê-se um aumento de despesas no Orçamento Geral de Estado de 2005-06. Por exemplo,
aumentarão de $77.8m em 2004-05 para $106.4m em 2005-06, o que representa um aumento de mais de
35%. O Governo planeia rever e actualizar as suas decisões de despesas na Revisão Semestral e nos
Orçamentos futuros, com vista a aumentar as despesas a médio prazo até ao seu nível sustentável, o qual
está presentemente estimado nos $157m em 2008-09.
Grande parte deste aumento nas despesas se destina a assegurar responsabilidades essenciais e
continuadas do sector público anteriormente financiadas por Parceiros de Desenvolvimento ou que tenham
sido identificadas através do exercício de PIS. Foram dados pequenos passos rumo a este objectivo em
2004 05, com várias actividades e contribuições a serem transportadas para o Orçamento de Estado, tais
como:


Ministério da Saúde – estabelecimento de um laboratório de patologia forense;

-8-








Ministério da Agricultura, Florestas e Pescas – estabelecimento de um regime de
pescas no mar e de emissão de licenças, aumento dos serviços de investigação
agrícola e criação de uma rede nacional para melhor servir as regiões;
Ministério da Defesa – assumir contratos externos de apoio à logística;
Melhoria dos sistemas de partilha de tecnologias de comunicação e informação do
Governo;
Implementação do bilhete de identidade para os cidadãos timorenses;
Administração das novas leis de investimento;
Resposta às maiores exigências em termos de financiamento para a Educação e
Saúde devido ao aumento da população e da participação.

A Parte 6 contém mais informações sobre despesas.

EXECUÇÃO DE DESPESAS NO ORÇAMENTO GERAL DO ESTADO
Embora o Governo deseje aumentar a prestação de serviços e reduzir a pobreza através de despesas do
Orçamento de Estado tão rápido quanto possível, e estando as despesas ainda abaixo do seu nível
sustentável estimado, existem outras restrições que limitam o aumento nas despesas em 2005-06. Leva
tempo a desenvolver planos de despesa que justifiquem o dinheiro gasto e que sejam possíveis de
executar. Um aspecto importante a ter em conta é que os níveis de execução das despesas em 2004-05
continuam a ser inferiores ao desejado, o que sugere que um bom planeamento de mais despesas é
essencial para que se consigam bons resultados.
A maior restrição actual ao crescimento das despesas prende-se com a capacidade da função pública para
executar projectos e implementar programas. Durante o último ano foi dada muita atenção a esta questão.
Uma melhor execução Orçamental irá requerer uma mistura de respostas, incluindo: alteração estrutural;
revisão e reforma de processos; e melhor entendimento do sistema de aprovisionamento por todas as
partes. A necessidade de aumentar os níveis de execução é partilhado pelo Governo e pelos Parceiros de
Desenvolvimento. Algumas medidas já foram tomadas e outras deverão ser tomadas por forma a que a
execução orçamental em 2005-06 seja mais alta do que no corrente ano fiscal. Entre essas medidas
contam-se as seguintes:









Os PIS desenvolveram programas de despesa com o objectivo de atingir as metas
estabelecidas no PDN e os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. O trabalho
na refinação e implementação destes programas de PIS será realizado pelo
Governo e Parceiros de Desenvolvimento através dos Grupos Sectoriais de
Trabalho.
Alterações à estrutura do Governo tais como o realinhamento de Ministérios e a
nomeação de novas Secretarias de Estado como resposta directa a esta questão.
No último ano o Primeiro-Ministro estabeleceu e supervisionou uma comissão com
o intuito de examinar e monitorizar a execução orçamental por parte de ministérios
operacionais.
Finalizar as revisões dos processos de aprovisionamento no Ministério do Plano e
das Finanças (MPF) para, entre outros, considerar um aumento do nível de
compras feitas directamente pelos ministérios operacionais sem precisarem de
recorrer aos processos de aprovação central administrados pelo MPF. Estão
também a ser consideradas várias questões com impacto na administração das
despesas do Orçamento de Estado nos distritos.
É necessário mais trabalho para que os funcionários sejam informados e instruídos
sobre o processo de aprovisionamento e do modo como trabalhar dentro deste.
Seguindo o exemplo do Ministério da Saúde, os Ministérios da Educação, Cultura,
Juventude e Desporto, da Agricultura, Florestas e Pescas e dos Transportes
-9-

Comunicações e Obras Públicas também já nomearam um funcionário para
trabalhar directamente junto do Aprovisionamento por forma a agilizar os processos
de aprovisionamento e assim melhorar os níveis de execução orçamental.

- 10 -

POLÍTICA DE POUPANÇAS E FUNDO PETROLÍFERO
Muitos países em vias de desenvolvimento ricos em recursos sofreram a “maldição dos recursos”. Um erro
que estes países fizeram foi gastar todas as suas receitas à medida que estas chegavam, ficando sem
poupanças para o futuro e com níveis de despesas a flutuarem de acordo com os preços dos produtos.
O Governo está determinado a evitar a repetição dos erros de outros países ricos em recursos. Ao invés
disso, adoptou uma política de poupanças e está a criar um Fundo Petrolífero para conter e gerir as suas
poupanças provenientes das receitas petrolíferas.
A chave para a política de poupanças de Timor-Leste é que as despesas concretas se deverão ajustar a
médio prazo de acordo com o nível de despesas sustentáveis. Este nível sustentável é baseado nas
estimativas de receitas petrolíferas actuais e futuras. É o nível de despesas que pode ser sustentado de
forma indefinida, incluindo aumentos com a inflação. O gráfico 1.2 compara as receitas petrolíferas
excluindo juros, com o nível de despesas sustentável de receitas petrolíferas.

Gráfico 1.2
Receitas Petrolíferas e Despesas Sustentáveis das Receitas Petrolíferas
600

500

400

300

Dinheiro
Sustentavel

200

100

0
04-05

06-07

08-09

10-11

12-13

14-15

16-17

18-19

20-21

22-23

24-25

O Fundo Petrolífero acumulará grandes níveis de poupanças provenientes das receitas petrolíferas.
Funcionará também como uma almofada para financiamento de despesas caso haja alguma quebra
temporária nas receitas petrolíferas. Desta forma, os levantamentos do Fundo Petrolífero podem financiar
níveis de despesa estáveis e sustentáveis, ainda que as receitas petrolíferas possam flutuar de modo
considerável.
A política de poupanças do Governo tem as seguintes vantagens:





O Fundo Petrolífero deve acumular níveis de poupanças significativos para
benefício também das gerações futuras de timorenses.
As poupanças do Fundo Petrolífero devem gerar juros significativos, mesmo após o
término das receitas petrolíferas.
Flutuações temporárias nos preços mundiais do petróleo terão pouco impacto nas
despesas, uma vez que serão as poupanças a flutuar.
Alterações permanentes nas receitas mudarão a estimativa do nível sustentado de
despesas, sendo que isto resultará em ajustes nas despesas a médio prazo, por
forma a minimizar alterações perturbadoras nos planos de despesas.

- 11 -

O Governo está a estabelecer um Fundo Petrolífero com vista a iniciar as suas operações em 1 de Julho de
2005. Com início em Novembro de 2004, foram feitas amplas consultas públicas em Díli e em todas as
sedes dos restantes Distritos e através do “site” do Governo sobre a política para o estabelecimento do
Fundo de Petróleo. Já em 2005 a proposta de lei que estabelece o Fundo Petrolífero foi divulgada no “site”
do governo para recolha de comentários e sugestões e sobre a mesma proposta foi feita consulta pública
directa em Díli. Esta proposta já foi aprovada pelo Conselho de Ministros.
A concepção do Fundo Petrolífero e a proposta de Lei correspondente assentam nos seguintes princípios
fundamentais:









O Fundo Petrolífero será uma ferramenta que contribuirá para a gestão sensata dos
recursos petrolíferos de Timor-Leste, para o benefício da gerações actual e das
gerações futuras.
O Fundo Petrolífero parte das melhores práticas internacionais e reflecte as
circunstâncias de Timor-Leste com aspectos adicionais de responsabilização,
transparência e informação.
O Fundo Petrolífero parte do requisito Constitucional do “estabelecimento de
reservas financeiras obrigatórias”, conforme previsto no artigo 139º, e dando ao
Parlamento e ao Governo os poderes que correspondem às suas competências.
O Fundo Petrolífero prevê o fortalecimento das responsabilidades, poderes e
capacidade das principais instituições do sector público, tais como o Parlamento, o
Governo, nomeadamente o Ministério do Plano e das Finanças e o Banco Central,
incluindo um Conselho Consultivo independente para aconselhar o Parlamento e
zelar pelos seus interesses.
O Fundo Petrolífero deve ser uma ferramenta que contribua para uma política fiscal
sólida, ajudando a estabelecer o equilíbrio adequado entre os gastos actuais e o
investimento em aplicações financeiras.
O Fundo Petrolífero deve ser gerido com prudência e investido de forma segura em
aplicações financeiras de baixo risco no estrangeiro.
A gestão do Fundo Petrolífero deverá ser levada a cabo com os mais elevados
padrões de transparência e responsabilização, incluindo um portal conforme
aprovado pelo Primeiro-Ministro.

A Parte 5 inclui mais informações sobre os princípios subjacentes e o funcionamento do Fundo Petrolífero.

PROGRAMAS DE INVESTIMENTO SECTORIAL (PIS)

- 12 -

O ponto de partida para o desenvolvimento dos PIS foram as prioridades definidas no PDN em linha com os
Objectivos de Desenvolvimento do Milénio e as enormes necessidades de desenvolvimento de Timor-Leste.
A magnitude destas necessidades de desenvolvimento é ilustrada por muitos indicadores, incluindo o baixo
nível de PIB per capita, a alta taxa de mortalidade, o alto nível de analfabetização e o baixo nível de infraestruturas públicas.
Os PIS emergiram de uma análise ampla das políticas e programas que Timor-Leste precisa de introduzir
nos próximos anos para dar resposta a esses alvos; têm em conta uma avaliação realista dos recursos
financeiros disponíveis e a velocidade em que os novos projectos ou programas podem ser implementados,
em face da capacidade da Função Pública.
Assim sendo, os 17 PIS individuais dão uma oportunidade para:




incidir na concretização dos alvos do PDN e ODM;
construir e implementar planos a médio prazo para o sector público em TimorLeste; e
conseguir uma melhor coordenação entre Parceiros de Desenvolvimento e entre
Timor-Leste e os Parceiros de Desenvolvimento.

O próximo passo diz respeito a implementar as políticas e programas nos PIS.
Estão a ser estabelecidos Grupos Sectoriais de Trabalho (GSTs) para serem um fórum no qual o Governo e
os Parceiros de Desenvolvimento poderão discutir as prioridades sectoriais e desenvolver planos para
executar programas e projectos acordados. Para cada categoria de sectores está a ser constituído um
Grupo Sectorial de Trabalho sob a liderança da agência governamental líder no respectivo sector. Os GST
serão presididos pelos principais Ministros do Governo e estão abertos a qualquer parceiro de
desenvolvimento com interesse nos sectores específicos. Constituem um fórum para o Governo e Parceiros
de Desenvolvimento conseguirem um entendimento comum das prioridades sectoriais e fazerem
corresponder os interesses dos parceiros doadores com projectos específicos identificados como prioritários
pelo Governo. Este mecanismo dá uma oportunidade de fortalecer a liderança do Governo no que se refere
à mobilização dos recursos necessários para levar a cabo o programa de PIS e ao mesmo tempo garantir a
coordenação das actividades dentro do sector.
Cada Grupo de Trabalho e o seu Presidente (normalmente o Ministro do ministério sectorial líder) são
apoiados por um Secretariado. Este Secretariado, composto por representantes do ministério líder e de
outros ministérios com relevância para o sector, do Ministério do Plano e das Finanças, e de Parceiros de
Desenvolvimento que sejam doadores e estajam interessados, presta apoio organizacional e administrativo
ao bom funcionamento do Grupo de Trabalho. O Governo planeia ter todos os dez GST estabelecidos e a
funcionar em meados de 2005.
Os Parceiros de Desenvolvimento são convidados a:




participarem nestes GSTs e apoiarem os respectivos secretariados;
mobilizarem recursos para