2010-08-27 PF Annual Report 2009 Pt Part 4- Ano X

ANEXO X

FUNDO PETROLÍFERO DE TIMOR-LESTE
PARECERES APRESENTADOS PELO
COMITÉ DE ASSESSORIA PARA OS INVESTIMENTOS
(CAI)
EM 2009

Tradução Não Oficial do Inglês para Português

Estritamente confidenciais até que as recomendações deste parecer tenham sido
completamente implementadas

Comité de Assessoria para os Investimentos
Data: 17 de Março de 2009
Para:
Sua Excelência Sra. Emília Pires
Ministra das Finanças
República Democrática de Timor-Leste

Assunto: Proposta para nomear o Banco de Pagamentos Internacionais (BPI) como

gestor externo da carteira de títulos do Fundo Petrolífero.

Conforme solicitado por Vossa Excelência por ofício de 04 de Fevereiro de 2009, o
Comité de Assessoria para os Investimentos analisou a proposta da Autoridade Bancária e
Pagamentos (ABP), datada de 27 de Janeiro de 2009 para que o Banco de Pagamentos
Internacionais (BPI) possa ser nomeado para exercer a função de gestor externo da carteira
do Fundo Petrolífero de Timor-Leste.
Nos termos do artigo 12.2 da Lei do Fundo Petrolífero, o Banco Central pode recrutar e
designar um Gestor Externo de Investimentos contanto que o mesmo mereça deferimento
da Ministra e que:
(a) o gestor de investimento externo seja uma entidade dotada de personalidade jurídica,
detenha capital suficiente e garantias adequadas e esteja devidamente segurada contra
riscos operacionais;
(b) o Gestor de Investimento Externo tenha um currículo sólido de desempenho nas áreas
operacional e financeiro; e
(c) as referências e a reputação do Gestor de Investimento Externo na área da gestão de
títulos de investimento sejam do mais elevado padrão.
O Comité de Assessoria para os Investimentos salienta que o BPI é uma organização
internacional criada ao abrigo dos Acordos de Haia, de 20 de Janeiro de 1930 e tem um
capital autorizado de 3.000 milhões de SDR dividido em 600.000 acções de igual valor

nominal. As acções do BPI são detidos por 55 bancos centrais e o capital próprio em
Novembro de 2008 era de US$ 19,1 bilhões. O BPI possui seguro próprio contra riscos
operacionais.
O sector de Gestão de Investimentos do BPI (GI BPI) gere fundos através de mandatos
expressos e fundos combinados em nome de 23 bancos centrais. O total dos activos geridos
pela GI BPI nos finais de Dezembro de 2008 era de US $ 29 bilhões. O BPI oferece
serviços de gestão de activos em títulos soberanos ou de activos de elevado valor. O seu
desempenho numa base histórica considera-se como satisfatório.
O BPI é uma organização altamente respeitável e tem vindo a gerir a sua própria carteira
global de rendimento fixo há 30 anos bem como cerca de 15 anos de experiência na gestão
de fundos por conta de terceiros.

Estritamente confidenciais até que as recomendações deste parecer tenham sido
completamente implementadas
O Comité de Assessoria para os Investimentos salienta ainda o facto de que a ABP tem
estado a cumprir com a devida diligência os procedimentos nos termos do artigo 12.3 da
Lei do Fundo Petrolífero. Além disso, o Comité de Assessoria para os Investimentos
regista que o assessor jurídico externo da ABP, Clifford Chance, analisou e assinou o
projecto de contrato, que se encontra anexada ao parecer da ABP.
Tendo em conta o facto de que o BPI é uma instituição não comercial da mais elevada

reputação, detida por bancos centrais de todo o mundo e que utiliza todos os meios para
proteger a sua reputação, evitando processos judiciais que envolvam negligência de
qualquer espécie, o CAI recomenda a aceitação das disposições constantes do projecto de
contrato.
A ABP refere, na sua carta dirigida à Ministra, que o texto negociado e acordado entre o
Ministério das Finanças e o BPI em 04 de Julho de 2008 sobre as disposições relativas ao
uso de derivativos é incompatível com o texto constante da carta da Ministra para a ABP
datada de 08 de Setembro de 2008. A fim de evitar a reabertura das negociações sobre as
directrizes de investimento, a ABP notificou a Ministra que a aprovação do Acordo de
Gestão de Investimentos (AGI) vai significar que a redacção dada sobre derivativos foi
aceite. O Comité de Assessoria para os Investimentos considera que o projecto do AGI
respeita os termos da Lei do Fundo Petrolífero e, portanto, considera a proposta final da
ABP como adequada. Como o uso de derivativos faz parte das directrizes de investimento
negociadas entre o MdF e o BPI, o CAI sugere que o MdF procure incluir uma menção
explícita sobre qual o tipo de derivativos permitidos no contrato, sem limitar o universo de
investimento negociado com o BPI.
É parecer do Comité de Assessoria para os Investimentos de que o estipulado no artigo
12.2 da Lei do Fundo Petrolífero foi cumprido. Assim, o Conselho recomenda que Vossa
Excelência aprove a proposta apresentada pela ABP, com as alterações sugeridas, para que
seja nomeado o BPI como gestor externo do Fundo Petrolífero e afectar um montante

inicial de US$ 1 bilhão em conformidade com as orientações finais de investimento
negociado, tal como apresentado na proposta da ABP.
Além disso, o Comité de Assessoria para os Investimentos recomenda, por conseguinte, a
alteração pela Ministra do Acordo de Gestão (AG) entre o Ministério das Finanças e a
ABP. No entanto, o valor de referência global, incluído no Anexo 1 do Acordo de Gestão
(AG), deve ser determinado através de um rácio fixo entre os critérios subjacentes
incluídos nos dois sub mandatos e em conformidade com o rácio no momento da
transferência de fundos para o BPI. Esses rácios fixos devem ser seguidos de um regime de
reequilíbrio, ou seja, regras e procedimentos numa base mensal, para garantir que a ABP
tenha um mecanismo para afectar novos recursos e re-afectar recursos existentes, sujeitos a
mudanças no valor de mercado das duas sub carteiras, bem como o devido pelas
transferências de numerário de e para o Fundo, para aderir ao rácio fixo determinado na
autorização global.
Assim, o anexo 1 do AG deve ser agora considerada como incluída no anexo. Quando a
transferência de fundos tiver tido lugar, o Anexo 1 deverá ser actualizado com os rácios
específicos e o regime de reequilíbrio, conforme descrito acima.

Estritamente confidenciais até que as recomendações deste parecer tenham sido
completamente implementadas
Sinceramente,

Olgário de Castro
Comité de Assessoria para os Investimentos
Presidente

Anexo:
Anexo 1 do Acordo de Gestão estabelecido entre o Ministério das Finanças e a ABP

Estritamente confidenciais até que as recomendações deste parecer tenham sido
completamente implementadas
Anexo
Anexo 1: Instrumentos de qualificação, valores de referência e mandatos de
investimento
Este mandato pressupõe uma estrutura hierárquica.
O mandato global define a estratégia geral da Ministra em relação aos investimentos do
Fundo Petrolífero em termos dos valores de referência e instrumentos elegíveis, incluindo
as restrições e limitações aplicáveis.
Os sub mandatos descrevem com mais detalhes a forma como a Ministra espera que sejam
implementados os investimentos do Fundo. Define a estrutura de gestão das carteiras de
investimento a serem criadas, incluindo o método de gestão dos investimentos, a tolerância
aos riscos e os valores de referência contra os quais o desempenho de cada sub mandato

deve ser aferido e reportado e, na data do Acordo de Gestão, os gestores nomeados para
gerir o sub mandato.
A. Mandato Global
A ABP é a entidade responsável pela gestão operacional do Fundo agregado de acordo
com o mandato seguinte;
Mandato Agregado
O valor de referência para o mandato global deve ser constituído pelo rácio ponderado dos
dois valores de referência incluídos no mandato 1 e 2 abaixo. As normas e procedimentos
adicionais para um regime de reequilíbrio devem ser executados, a fim de garantir que o
Gestor Operacional possa cumprir o mandato global.
Instrumentos Elegíveis
Classe de Activos
A. Investimentos de qualificação de juro fixo, nos
termos do artigo 15.1 da Lei do Fundo Petrolífero

Alocação
até 100%
não superior a 10%

B. Instrumentos de juros fixos que satisfaçam os

requisitos do artigo 14 da Lei do Fundo Petrolífero

Moedas elegíveis para os investimentos de juro fixa serão o dólar dos EUA, o dólar
Australiano, o euro, a libra da Grã-Bretanha e o iene Japonês.
Os gestores externos devem ser autorizados a utilizar instrumentos derivativos, desde que
cumpram o estipulado no artigo 15.4 da Lei do Fundo Petrolífero.
B. Sub mandatos
Deverá ser atribuída ao Banco de Pagamentos Internacionais uma carteira inicial de $ 1
bilhão.

Estritamente confidenciais até que as recomendações deste parecer tenham sido
completamente implementadas
MANDATO 1
Gestor:

Autoridade Bancária e de Pagamentos de Timor-Leste

Valores de referência:

Merrill Lynch - índice 0-5 anos Títulos do Governo dos

EUA.

Os instrumentos elegíveis:

Instrumentos de juros fixos do Governo dos EUA

Objectivo:

O objectivo de investimento deverá ser gerir passivamente
a carteira por forma a situar-se próximo dos valores de
referência, de modo a que, em circunstâncias normais, o
objectivo seja alcançar um retorno dentro de 25 pontos
base 1 de diferença do valor de referência..
A diferença entre a duração modificada2 da carteira e o
valor de referência deverá ser inferior a 0,2 anos.

MANDATO 2
Gestor:

Banco de Pagamentos Internacionais


Valores de referência:

Os seguintes grupos de índices, em conjunto, formarão a
série de valores de referência compostos para a carteira:

1

(a)

52%, Merrill Lynch - Títulos do Tesouro dos
EUA, 0-5 anos e Índice de Obrigações
("GVQA"),

(b)

10% Merrill Lynch - Títulos do Tesouro dos
EUA, 5 - 10 Anos e Índice de Obrigações
("G6O2"),


(c)

7% Merrill Lynch - Índice do Governo
Brasileiro ("G0T0"),

(d)

7% Merrill Lynch - EMU Índice Directo do
Governo (EG00 ");

(e)

2% Merrill Lynch - Índice do Ouro do R.U.
("G0L0");

(f)

2%, Merrill Lynch - Índice do Governo
Japonês ("G0Y0");


(g)

13%, Merrill Lynch – Dólar dos EUA,
Governos Estrangeiros e Entidades Supra
Nacionais com classificação AAA ("GS1O ");
e

(h)

7% Merrill Lynch - Dólar dos EUA, Governos
Estrangeiros e Supra Nacionais com
classificação AA (GS2O").

100 pontos base equivalem a um ponto percentual.
Por ‘duração modificada’ entende-se a medida do declínio da percentagem (aumento) no valor de mercado
de fundo petrolífero devido a um aumento de 100 pontos percentuais (declínio) no valor das taxas de juro.

2

Estritamente confidenciais até que as recomendações deste parecer tenham sido
completamente implementadas
Os instrumentos elegíveis:
O BPI deverá, consequentemente, investir pelo menos
80% da carteira em instrumentos de qualificação
definidos no artigo 15.1 da Lei do Fundo Petrolífero.
O BPI poderá investir um máximo de 20% da carteira em
depósitos ou instrumentos de dívida em Dólares da
Austrália (AUD), Euro (EUR), Iene Japonês (JPY) e
Libras Esterlinas (GBP) emitidos por entidades que
tenham sido obtido uma classificação de risco em moeda
estrangeira de longo prazo de Baa3 ou superior pela
agência de classificação Moody's ou BBB- ou superior
pela agência Standard & Poor's, desde que os
instrumentos de dívida tenham sido emitidos fora de
Timor-Leste, sejam líquidas e transparentes e negociadas
em mercados financeiros do mais alto padrão de
regulação.
Objectivo:

O esperado desempenho da carteira acima das
estimativas, brutas de taxas de administração, é de 25
pontos base sobre o valor de referência do desempenho,
numa base anual durante um período de três anos
renováveis, mantendo o controlo ex ante de erro de 100
pontos base.

C. A gestão de caixa
A liquidez de curto prazo poderá ser mantida pelo Fundo por motivos operacionais, mas
deverá ser limitada ao dinheiro recebido, na pendência de investimento ou atribuição aos
gestores externos, dinheiro e valores mobiliários em transição para ou entre os gestores
externos e instrumentos de curto prazo detidos para financiar as dotações efectuadas para a
conta do orçamento de estado.
O Banco Central será a entidade responsável pelos rendimentos destes instrumentos.

Estritamente confidencial até que as recomendações aqui contidas tenham sido
completamente implementadas

Comité de Assessoria para os Investimentos
Data: 3 de Junho de 2009
Para
Sua Excelência Sra. Emília Pires
Ministra das Finanças
República Democrática de Timor-Leste

Assunto: Parecer do Comité de Assessoria para os Investimentos, de 16 de Março de
2009 - correcção do Anexo 1 do Acordo de Gestão
O Comité de Assessoria para os Investimentos respeitosamente vem dar conhecimento à
Ministra de um erro de digitação ocorrido no anexo ao parecer do CAI, de 17 de Março de
2009.
A última frase sob a rubrica "Os instrumentos elegíveis" na subsecção "A. Mandato
Global" não foi apagada no anexo do parecer devido a um lapso administrativo (Anexo 1 Instrumentos de Qualificação, Valor de Referência e Mandato de Investimento).
Junta-se a esta o Anexo 1 corrigido, que se encontra em conformidade com o parecer do
Comité de Assessoria para os Investimentos, de 16 de Março de 2009.
Respeitosamente,
Olgário de Castro
Comité de Assessoria para os Investimentos
Presidente
Anexo:
Anexo 1 do Acordo de Gestão entre o Ministério das Finanças e da ABP

Estritamente confidencial até que as recomendações aqui contidas tenham sido
completamente implementadas
Anexo
Anexo 1: Instrumentos de Qualificação, valor de referência e mandato de
investimento
Este mandato pressupõe uma estrutura hierárquica.
O Mandato global descreve a estratégia geral da Ministra em relação aos investimentos do
Fundo Petrolífero em termos dos valores de referência e instrumento elegíveis, incluindo
restrições e limitações aplicáveis.
Os sub mandatos descrevem com mais detalhes a forma como a Ministra espera que sejam
implementados os investimentos do Fundo. Define a estrutura de gestão das carteiras de
investimento a serem criadas, incluindo o método de gestão dos investimentos, a tolerância
aos riscos e os valores de referência contra os quais o desempenho de cada sub mandato
deve ser aferido e reportado e, na data do Acordo de Gestão, os gestores nomeados para
gerir o sub mandato.
A. Mandato Global
A ABP é a entidade responsável pela gestão operacional do Fundo agregado de acordo
com o mandato seguinte;
Mandato Agregado
O valor de referência para o mandato global deve ser constituído pelo rácio ponderado dos
dois valores de referência incluídos no mandato de 1 e 2 abaixo. As normas e
procedimentos adicionais para um regime de reequilíbrio devem ser executados a fim de
assegurar que o Gestor Operacional possa cumprir o seu mandato global.
Os instrumentos elegíveis
Classe de Activos
A. Investimentos de qualificação de juro
fixo, ao abrigo do artigo 15.1 da Lei do
Fundo Petrolífero
B. Instrumentos de juro fixo Juros Fixa que
satisfaçam as condições previstas no artigo
14 da Lei do Fundo Petrolífero

Afectação
Até 100%
Não superior a 10%

As moedas elegíveis para os investimentos de juro fixos serão o dólar dos EUA, o dólar da
Austrália, o euro, a libra da Grã-Bretanha e o iene Japonês.
B. Sub mandatos
Deverá ser atribuída ao Banco de Pagamentos Internacionais uma carteira inicial de $ 1
bilhão.
MANDATO 1
Gestor:
Valor de referência:
Instrumentos elegíveis:
Objectivo:

Autoridade Bancária e de Pagamentos de Timor-Leste
Merrill Lynch - índice 0-5 anos de Títulos de Tesouro do
Governo dos EUA
Instrumentos juros fixo do Governo dos EUA
O objectivo de investimento deve ser gerir passivamente a
carteira por forma a situar-se próximo dos valores de

Estritamente confidencial até que as recomendações aqui contidas tenham sido
completamente implementadas
referência, de modo a que, em circunstâncias normais, o
objectivo seja alcançar um retorno dentro dos 25 pontos
base1 de diferença do valor de referência.
A diferença entre a duração modificada2 da carteira e o valor
de referência deverá ser inferior a 0,2 anos.
MANDATO 2
Gestor:
Valor de referência:

Instrumentos Elegíveis

Objectivo:

1

Banco de Pagamentos Internacionais
Os seguintes grupos de índices, em conjunto, formarão a série
de valores de referência compostos para a carteira:
(a) 52% Merrill Lynch – Índice 0-5 anos de Notas e
Obrigações do Tesouro dos EUA ("GVQA"),
(b) 10% Merrill Lynch 5 – Índice 10 Anos de Notas e
Obrigações do Tesouro dos EUA ("G6O2"),
(c) Merrill Lynch - 7% Índice do Governo
Australiano ("G0T0"),
(d) 7% UEM Merrill Lynch - Índice Directo do
Governo ("EG00"),
(e) 2% Merrill Lynch – Índice do Ouro no Reino
Unido ("G0L0"),
(f) 2% Merrill Lynch –Índice do Governo Japonês
("G0Y0"),
(g) 13% da Merrill Lynch – Índice do Dólar dos
EUA, de Governos Estrangeiros e Entidades
Supra Nacionais, AAA ("GS1O ") e
(h) 7% Merrill Lynch - Índice do Dólar dos EUA, de
Governos Estrangeiros e Entidades Supra
Nacional, AA (" GS2O ").
O BPI deverá, consequentemente, investir pelo menos 80% da
carteira em instrumentos de qualificação definidos no artigo
15.1 da Lei do Fundo Petrolífero.
O BPI poderá investir até um máximo de 20% da carteira em
depósitos ou instrumentos de dívida em Dólares da Austrália
(AUD), Euros (EUR). Ienes Japoneses (JPY) e Libras
Esterlinas (GBP) emitidos por entidades que tenham obtido
uma classificação de risco em moeda estrangeira de longo
prazo de Baa3 ou superior pela agência de notação Moody's
ou BBB- ou superior pela agência de notação Standard &
Poor's, desde que os instrumentos de dívida tenham sido
emitidos fora de Timor-Leste, sejam líquidos e transparentes
e negociados em mercados financeiros do mais alto padrão de
regulação.
o esperado desempenho da carteira acima das estimativas,
brutas de taxas de administração, é de 25 pontos base sobre o
valor de referência do desempenho, numa base anual durante
um período de três anos renováveis, mantendo o controlo ex
ante de erro de 100 pontos base.

100 pontos base correspondem a 1 ponto percentual.
Por ‘duração modificada’ entende-se a medida do declínio da percentagem (aumento) no valor de mercado
de fundo petrolífero devido a um aumento de 100 pontos percentuais (declínio) no valor das taxas de juro.

2

Estritamente confidencial até que as recomendações aqui contidas tenham sido
completamente implementadas

C. A gestão de caixa
A liquidez de curto prazo poderá ser mantida pelo Fundo por motivos operacionais, mas
deverá ser limitada ao dinheiro recebido, na pendência de investimento ou atribuição aos
gestores externos, dinheiro e valores mobiliários em transição para ou entre os gestores
externos e instrumentos de curto prazo detidos para financiar as dotações efectuadas para a
conta do orçamento de estado.
O Banco Central será a entidade responsável pelos rendimentos destes instrumentos.

Altamente confidencial nos termos do Artigo 32.2 (d) da Lei do Fundo Petrolífero

Comité de Assessoria para os Investimentos
Data: 2 de Setembro de 2009
Para:
Sua Excelência Sra. Emília Pires
Ministra das Finanças
República Democrática de Timor-Leste

Assunto: Pedido de parecer sobre a estratégia de investimento do Fundo Petrolífero a
longo prazo e as alterações da Lei do Fundo Petrolífero
Na sequência de pedido da Ministra para um parecer sobre a estratégia de investimento do
Fundo Petrolífero a longo prazo e sobre alterações do Fundo Petrolífero, de 25 de Junho de
2009, o Comité de Assessoria para os Investimentos debateu a questão na sua reunião de
28 de Agosto de 2009, tendo tomado a seguinte resolução:
1) A fim de proporcionar um parecer à Ministra sobre a estratégia de investimento de
longo prazo do Fundo e alterações à Lei do Fundo Petrolífero, foi necessário realizar
análises de risco / retorno e de sensibilidade para várias Opções Estratégicas de
Afectação de Activos antes de emitir quaisquer pareceres.
2) O Comité deverá dispor dessas análises para nelas basear as suas discussões e apoiar
os pareceres finais a serem prestadas à Ministra, servindo ainda de complemento às
informações prestadas pela Mercer em 2007 e 2008.
3) Como essas questões são complexas e exigem conhecimento aprofundado e
actualizado dos mercados financeiros e diversas classes de activos, bem como o acesso
a dados do mercado e modelos de simulação, tais análises não podem ser realizadas
internamente na Secretaria do CAI (MdF e ABP).
4) Assim, o Comité vai solicitar à Ministra a disponibilização ao Comité dos recursos
externos suficientes, a fim de assegurar que possa desempenhar as suas funções
adequadamente.
5) A melhor maneira de assegurar a disponibilidade dos recursos, será permitir que o
Comité e a sua Secretaria possam ter o acesso à Empresa de Consultoria Externa, que
o Ministério das Finanças está em processo de contratação e recorrer aos seus recursos
de acordo com o contrato entre o Ministério e a Empresa de Consultoria.
6) Anexamos os Termos de Referência, descrevendo o trabalho analítico que o Comité
considera importante realizar, antes que este possa emitir um parecer final.
Olgário de Castro
Comité de Assessoria para os Investimentos
Presidente
Anexo:
Termos de Referência

Altamente confidencial nos termos do Artigo 32.2 (d) da Lei do Fundo Petrolífero

Anexo

Termos de Referência
Pedido do Comité de Assessoria para os Investimentos
Retorno de investimentos e análise da afectação estratégica de activos
Impacto da crise financeira sobre os investimentos do Fundo Petrolífero
Alterações da Lei do Fundo Petrolífero
1. A República de Timor-Leste criou um Fundo Petrolífero, em 2005, com base na Lei do
Fundo Petrolífero de 09/2005. O Fundo Petrolífero deve contribuir para uma gestão
prudente dos recursos petrolíferos e para uma boa política fiscal para benefício das
gerações actuais e futuras.
2. O Fundo Petrolífero será gerido de forma prudente e operará de forma aberta e
transparente, dentro do quadro constitucional de Timor-Leste. De acordo com a lei, o
governo é o administrador geral do Fundo, enquanto a Autoridade Bancária e de
Pagamentos (ABP) é o gestor operacional.
3. Timor-Leste constitui uma economia pequena e aberta, fortemente dependente dos seus
recursos do petróleo e do gás. A população total é de 1,015 milhões e o PIB não petrolífero
e o PIB não petrolífero per capita para 2008 estão estimados em US$473 milhões e
US$466 per capita, respectivamente1. Devido ao significativo volume das receitas de
petróleo e gás, o RNB é estimado em US$ 2.464 milhões e $2.428 per capita,
respectivamente.
4. O saldo do Fundo Petrolífero no final de Junho de 2009 era de US$ 4,9 bilhões. A
receita mensal do Fundo é actualmente estimada em cerca de US$ 100 milhões, que está
muito além das receitas anuais proveniente das actividades económicas nacionais e
arrecadadas pelo governo.
5. Embora o tamanho do fundo não seja significativo, num contexto internacional, é
enorme em relação ao sector não petrolífero de Timor-Leste. O valor do Fundo Petrolífero
é de aproximadamente 1000% do PIB anual não petrolífero. As receitas do petróleo em
2008 foram de cerca de cinco vezes superior ao PIB não petrolífero, o que faz Timor-Leste
vulnerável a quaisquer alterações dos preços internacionais do petróleo.
6. O Rendimento Sustentável Estimado, que é a indicação de referência que determina o
valor que deve ser transferido anualmente do Fundo Petrolífero para o Orçamento Geral do
Estado a fim de sustentar a Riqueza do Petróleo do país, foi estimado em US$ 408 milhões
em 2009. O Fundo Petrolífero contribui com 95% do total das despesas no Orçamento do
Estado.
7. Além disso, a volatilidade no retorno do investimento também pode ter um impacto
enorme no fluxo de receitas de Timor-Leste. Por conseguinte, o Fundo Petrolífero é gerido
de forma prudente. A Lei do Fundo Petrolífero exige que pelo menos 90% da carteira deva
ser investida em instrumentos de dívida e depósitos denominados em dólares dos EUA.
Estes instrumentos são definidos com mais detalhes no artigo 15 da Lei. Um valor máximo
de 10% da carteira poderá ser investido noutros instrumentos financeiros, desde que esses

1

- Projecção do FMI, Artigo IV 2008

Altamente confidencial nos termos do Artigo 32.2 (d) da Lei do Fundo Petrolífero

instrumentos sejam emitidos no estrangeiro, sejam líquidos e transparentes, sejam
negociados num mercado financeiro com o mais alto padrão de regulação.
8. Até Junho de 2009 os investimentos tinham sido realizados apenas em Títulos de
Tesouro do Governo dos EUA e têm sido geridos pelo Departamento do Fundo Petrolífero
da ABP. O Governo pretende proceder à diversificação da carteira do Fundo Petrolífero
para outras moedas, regiões e activos nomeando gestores externos para a gestão da sua
carteiras de activos. A intenção é utilizar a flexibilidade que o actual quadro legal permite
para obter um retorno esperado mais elevado e proceder à diversificação dos
investimentos, sujeito à capacidade de assunção de risco do país e da sua apetência pelo
risco.
9. Assim, a ABP contratou, em Junho de 2009, o Banco de Pagamentos Internacionais
(BPI), como o seu primeiro gestor externo. Será atribuído ao BPI a responsável de gerir $1
bilhão nos termos de um mandato de investimento, que inclui Títulos do Tesouro dos
governos da Austrália, Japão, União Europeia e Reino Unido, além dos EUA. 20% da sua
carteira pode ser investido em títulos não denominados em US$.
10. Além disso, o Ministério das Finanças determinou a instituição de outros dois
mandatos de investimento externos e foi solicitado à ABP a selecção dos gestores para um
mandato de activos global e um mandato de rendimento fixo. Esses mandatos constituirão
4% e 15% da carteira total, respectivamente. Com esses mandatos a flexibilidade permitida
na actual Lei do Fundo Petrolífero ficará plenamente esgotada.
11. O Comité de Assessoria para os Investimentos (CAI) foi criado para aconselhar a
Ministra sobre a gestão e estratégia de investimento do Fundo Petrolífero. A nomeação do
BPI como um gestor externo e os dois outros mandatos externos referidos acima, é baseada
em pareceres do CAI. A Ministra enviou, recentemente, ao CAI dois pedidos de parecer,
casos que o CAI deverá abordar com urgência.
12. Na primeira carta, datada de 25 de Junho de 2009, a Ministra solicitou um parecer ao
CAI sobre as seguintes questões relacionadas com a política e estratégia de investimento:
a) Afectação estratégica e optimizada de activos para o Fundo Petrolífero e a estratégia de
investimento a curto, médio e longo de longo prazo, tendo em conta o objectivo de
maximizar o retorno ajustado ao risco e tendo em conta o objectivo do Fundo e da
capacidade de Timor-Leste para suportar tais riscos;
b) Incorporação dos Princípios de Santiago referentes aos Fundos de Riqueza Soberanos na
Lei do Fundo Petrolífero; e
c) Alterações dos artigos 14 e 15 da Lei do Fundo Petrolífero, tendo em conta as
conclusões contidas nos itens a) e b).
13. Na outra carta, datada de 30 de Julho de 2009, solicita ao CAI um parecer sobre o
impacto da crise financeira no mercado dos EUA e como poderá afectar o retorno dos
investimentos do Fundo Petrolífero no curto, médio e longo prazo. Além disso, a Ministra
solicitou ao Comité um parecer sobre a melhor forma de minimizar os eventuais efeitos
adversos sobre os investimentos do Fundo de médio e longo prazo como consequência dos
efeitos da crise financeira. A carta refere, nomeadamente, o potencial aumento das taxas de
juros e de inflação nos E.U.A.

Altamente confidencial nos termos do Artigo 32.2 (d) da Lei do Fundo Petrolífero

14. Com base nestes antecedentes, o Comité de Assessoria para os Investimentos solicita
as análises seguintes:
1) Análise do retorno de investimento de longo prazo;
Necessita-se da seguinte análise:
a) Uma análise da probabilidade de alcançar o retorno dos investimentos indicados a seguir
após um período de 5, 10 e 20 anos, respectivamente, para várias opções de afectação de
activos (incluindo 100% títulos do tesouro do Governo dos EUA 0-5 anos):
i. 3% de taxa real de retorno
ii. 4% de taxa real de retorno
iii. 5% de taxa real de retorno
b) Uma análise do saldo do Fundo Petrolífero em 2030 sob várias opções de afectação de
activos, incluindo uma análise de probabilidade e de sensibilidade centrado
especificamente nos riscos desviados do padrão.
c) Um dos objectivos fundamentais da gestão do Fundo é a sustentabilidade da despesa
fiscal num horizonte muito longo (infinito). Queira, analisar a correspondência entre a
exigência de retorno, o nível de risco associado e o impacto sobre os gastos em relação ao
Orçamento Geral do Estado, ambos ilustrados por meio de uma distribuição de
probabilidade para a longevidade do Fundo e através de uma avaliação da volatilidade dos
gastos no orçamento fiscal ou outras medidas apropriadas. Nos termos das actuais
directrizes sobre os gastos, o rendimento sustentável é retirado do fundo anualmente. Se
necessário, as formulações alternativas das directrizes sobre os gastos podem ser
investigadas para melhorar a longevidade esperada do fundo ou amenizar a despesa fiscal
dada o maior risco financeiro do fundo. A avaliação do risco fora do desvio padrão deve
ser incluída. Será que a escolha de classes de activos ou estratégias e as suas prováveis
distribuições possa ter algum impacto no risco estimado na análise?
d) Analisar o grau de risco na despesa fiscal através da actual regra de gastos de
rendimento sustentável. Poderia a Afectação Estratégica da Carteira de Activos do Fundo
ser adaptada para atender às necessidades de cobertura na despesa fiscal? Como?
2) Análise de afectação estratégica de activos
O CAI considera quatro opções de afectação óptima de activos, tendo em conta a
capacidade de Timor-Leste assumir riscos e a sua capacidade de gestão:
Opção 1:
Acções:
Rendimento Fixo:

25%
75%

Opção 2:
Acções:
Rendimento Fixo:

40%
60%

Opção 3:
Acções:
Rendimento Fixo:

60%
40%

Altamente confidencial nos termos do Artigo 32.2 (d) da Lei do Fundo Petrolífero

Opção 4:
Acções:
Rendimento Fixo:

80%
20%

Queira fornecer as seguintes informações chave para cada uma dessas opções, sujeitas a
uma carteira óptima de títulos e as restrições descritas nos artigos 14 & 15 do projecto de
alterações da Lei do Fundo Petrolífero:
a) Retorno Anual Esperado por um período de 1,3,5,10 e 20 anos com uma análise de
sensibilidade / probabilidade;
b) Previsão de Risco Anual durante um período de 1,3,5,10 e 20 anos, com uma
análise de sensibilidade / probabilidade;
c) A probabilidade de um retorno negativo durante um horizonte temporal de um
quarto, 1, 3,5,10 e 20 anos respectivamente
d) Desempenho histórico de 20 anos (1989-2009) numa base trimestral e anual
e) Retorno Total Esperado para o período até 2030, com uma análise de sensibilidade
/ probabilidade;
f) Saldo do Fundo Petrolífero Esperado em 2030, com uma análise de sensibilidade /
probabilidade;
Tome também em consideração os efeitos da inclusão de outros instrumentos financeiros,
como acções privadas, bens imobiliários etc. na carteira.
Discutir os pressupostos do modelo utilizado na análise, incluindo hipóteses de
rebalanceamento da carteira, riscos taxa de câmbio, prémios de risco, etc.
3) Impacto da Crise Financeira
Por favor, elabore três cenários possíveis antecipando o desenvolvimento do mercado
financeiro no curto e médio prazo, discuta a possibilidade destes cenários acontecerem e
recomende estratégias para mitigar os efeitos adversos previsíveis, sem prejuízo das
limitações da actual Lei FP.
A análise deve incluir cenários, designadamente, de aumentos globais das taxas de juro e
da inflação, desvalorização substancial do dólar dos EUA e um cenário de crescimento
nulo / deflação, bem como quaisquer sugestões sobre decisões de investimento de curto e
médio prazo.
4) Investimento em TIPS
O Comité de Assessoria para os Investimentos decidiu afectar uma parte da carteira de aos
Títulos do Tesouro Indexados à Inflação (TIPS). Queira dar parecer sobre um mandato de
investimento passivo adequado, de preferência usando a norma de referência G0QI.
O CAI está mandatado para avaliar a capacidade operacional das instituições de TimorLeste para emitir mandatos de investimentos para novos instrumentos. Queira avaliar a
capacidade operacional da Autoridade Bancária e de Pagamentos (ABP) para gerir um
mandato de investimento dos TIPS, incluindo uma revisão dos procedimentos
operacionais, capacidade e sistemas.

Altamente confidencial nos termos do Artigo 32.2 (d) da Lei do Fundo Petrolífero

Comité de Assessoria para os Investimentos
Data: 2 de Setembro de 2009
Para:
Sua Excelência Sra. Emília Pires
Ministra das Finanças
República Democrática de Timor-Leste

Assunto: Pedido de parecer sobre a estratégia de investimento do Fundo Petrolífero e
o impacto da crise financeira.

Em referência à carta de 30 de Julho de 2009, a Ministra solicitou ao Comité de Assessoria
para os Investimentos um parecer sobre o impacto da crise financeira no mercado dos EUA
e o impacto esperado sobre os rendimentos do investimento do Fundo Petrolífero, a curto,
médio e a longo prazo.
A ministra solicitou ainda ao Comité parecer sobre a melhor forma de minimizar eventuais
efeitos adversos sobre os investimentos do Fundo a curto, médio e longo prazo em
consequência da crise financeira.
A dramática reformulação dos preços nos mercados financeiros, consubstancia o ponto de
vista de que os preços do mercado podem, eventualmente, situar-se bastante acima do justo
valor normalmente considerado como base para um prémio de risco de longo prazo. Uma
das implicações desse ponto de vista é que mesmo o rendimento esperado a longo prazo
sobre, por exemplo, títulos de investimento pode variar ao longo do tempo. Assim, os
rendimentos esperados sobre títulos, rendimentos de activos fixos com riscos de crédito
mais elevados e as classes de activos alternativos, são, provavelmente, mais elevados hoje
do que o eram antes da crise financeira. Vale a pena notar, contudo, que a crise não
significa que esta variação seja mais previsível hoje do que o era antes da crise;
evidentemente, os mercados de preço alto podem continuar caros por muitos anos e uma
mudança no sentimento é extremamente difícil de prever de forma consistente e com
antecedência.
À medida que foi mudando o sentimento com a perspectiva de recuperação económica, as
taxas de juros EUA aumentaram significativamente em 2009, causando uma queda
temporária dos preços dos títulos e do preço de mercado da carteira, do que resultou um
fraco desempenho até agora em 2009. Apesar do baixo rendimento durante esse período, o
Comité fez realçar o facto de o Fundo Petrolífero ter investido totalmente em títulos do
Tesouro de curto prazo. A exposição a taxas de juros crescentes tem sido substancialmente
inferior ao de outros fundos de riqueza soberanos que detêm títulos de rendimento de juros
fixos de maior duração.
È opinião geral que os fundos com carteiras de duração mais longa reduzem a duração ao
nível actual, como resposta à crise; não tendo descido mais tendo em conta a possibilidade
de um longo período com taxas baixas. Na expectativa de um clima mais estável das taxas

Altamente confidencial nos termos do Artigo 32.2 (d) da Lei do Fundo Petrolífero

de juro daqui para frente, uma duração um pouco maior é favorável, devido à sua maior
produtividade associada à maturidade.
Um maior aumento na taxa de juros nos EUA ainda é possível e isso pode resultar num
desempenho mais fraco dos investimentos do Fundo Petrolífero no curto prazo. Este efeito
é, entretanto, temporário e provavelmente, limitado, visto que as taxas de juro de curto
prazo estão agora perto dos níveis historicamente médios. O aumento das taxas de juro faz
crescer as taxas dos novos títulos e o rendimento dos investimentos a médio e longo prazo.
Assim, um aumento das taxas de juros nos EUA. será globalmente benéfico para o
desempenho do Fundo a longo prazo se os títulos forem mantidos até o vencimento.
Os mercados financeiros internacionais estão altamente voláteis e em grande medida
imprevisíveis, ilustrando a necessidade de uma perspectiva de longo prazo sobre os
investimentos do Fundo Petrolífero. Desde a criação do Fundo, a estratégia de
investimento tem sido conservadora a fim de preservar o valor do Fundo Petrolífero e
evitar enormes flutuações no rendimento do investimento e do valor de mercado do Fundo.
O Fundo tirou benefícios desta estratégia durante a crise financeira internacional, tendo
tido, globalmente, um desempenho melhor do que a maioria dos outros fundos em
resultado da queda dos mercados accionistas mundiais e do declínio das taxas de juros dos
EUA. Isto resultou num rendimento do investimento em 2007 e 2008 maior do que o
rendimento esperado a longo prazo dos títulos do Governo dos EUA. Do mesmo modo,
quando as taxas de juro dos EUA aumentam, como aconteceu em 2009, o desempenho a
curto prazo será menor do que o rendimento esperado a longo prazo.
Outro impacto potencial da crise financeira sobre o Fundo Petrolífero é a forma como a
recuperação económica é financiada. A excessiva emissão de dólares dos EUA tem o
poderá enfraquecer substancialmente o dólar dos EUA e, em última instância, conduzir ao
fim do dólar dos EUA como moeda de reserva. A exposição do Fundo aos dólares dos
EUA vai sendo diluída à medida que o Fundo diversificar o portfólio noutras moedas e isto
evidencia a urgência da revisão da Lei do Fundo Petrolífero.
A actual Lei do Fundo Petrolífero permite investir até 10% noutros activos financeiros que
não os definidos no art. 15.1, ou seja, principalmente em instrumentos expressos em
dólares dos EUA de rendimento fixo e com baixo risco de crédito. 4% desta flexibilidade
já foi explorada através de investimentos noutros títulos do governo para além das
obrigações do Governo dos EUA, como refere o mandato de investimento do BPI. Além
disto, o Comité recomendou e a Ministra aprovou, a atribuição de 4% para um mandato de
capital global. A ABP encontra-se no processo de selecção de um gestor de activos globais,
em conformidade com o mandato de investimento determinado pela Ministra. Uma maior
diversificação da carteira exigirá alterações à Lei do Fundo Petrolífero.
A natureza do Fundo Petrolífero como fundo público, a sua estrutura de governação e as
capacidades e as competências do Ministério das Finanças e da ABP, exigem uma
estratégia de investimento baseado numa estratégia de afectação de activos de longo prazo.
Os dados históricos mostram que é possível que essa estratégia seja mais remuneradora a
longo prazo do que as estratégias especulativas, tais como o timing de mercado ou a
afectação táctica de activos, o que, para ser bem-sucedido, exigiria um certo grau de
previsibilidade dos mercados que não é evidente nem documentado. Note-se que mesmo os
fundos que utilizam essas estratégias dependem extensivamente da capacidade
institucional e operam num ambiente que pode suportar o custo político de períodos
significativos de baixo rendimento em relação aos objectivos de longo prazo. Ser capaz de

Altamente confidencial nos termos do Artigo 32.2 (d) da Lei do Fundo Petrolífero

identificar cada alteração do curso dos mercados não é uma opção realista para ninguém;
tentar fazê-lo, em nossa opinião, constitui uma estratégia potencialmente cara.
No entanto, o Comité de Assessoria para os Investimentos nota que o processo contínuo de
aumentar a exposição dos fundos de investimento à carteira de títulos e uma maior
diversificação da carteira de títulos podem beneficiar das condições actuais do mercado. A
introdução de fundos de investimento na carteira de títulos com rendimentos mais elevados
pode realmente vir a ser muito benéfica, tendo em conta o calendário, embora a parcela da
carteira de títulos a ser afectada a estas classes de títulos de investimento seja bastante
reduzida, devido às limitações da Lei do Fundo Petrolífero.
Assim, o Comité recomenda que a Ministra prossiga a seguinte estratégia:
1) Continuar o trabalho de, gradualmente, diversificar a carteira para diversas classes de
activos, desde que haja no Governo a apetência do risco, ou seja:
a. diversificar a carteira de rendimento fixo, a fim de obter um maior rendimento esperado,
incluindo os activos emitidos por organizações supranacionais, os activos com maior
duração, etc.
b. explorar a flexibilidade que a actual Lei do Fundo Petrolífero permite para investir até
10% noutros instrumentos financeiros para além dos instrumentos de rendimento fixo e de
baixo risco de crédito denominados em dólares Americanos,
c. alterar a Lei do Fundo Petrolífero para garantir uma maior diversificação da carteira,
dependendo isso da capacidade de Timor-Leste em assumir riscos.
2) Definir uma estratégia de longo prazo para afectação de activos do Fundo a ser
implementada gradualmente, tendo em conta as capacidades, as competências e a estrutura
de governação do Fundo. O timing do mercado e as decisões tácticas de curto prazo não
devem ser descartados.
3) Continuar o trabalho de formulação de uma estratégia de investimento do Fundo,
criando um regime para a reavaliação da colocação de activos estratégicos que seja
compatível com a capacidade e estrutura de governação do Fundo.
O Comité prestará à Ministra parecer sobre a afectação estratégica de activos de longo
prazo e as alterações do Fundo Petrolífero, tal como solicitado na carta da Ministra de 30
de Junho de 2009. Serão, contudo, necessárias análises e pesquisas complementares antes
que o Comité possa prestar tal parecer.
Existe o risco de que a crise de crédito possa resultar em estímulo monetário global, o que
pode arrastar a economia mundial para uma situação inflacionária. Um aumento da
inflação global prejudicaria o rendimento real do Fundo Petrolífero e prejudicaria o valor
real dos títulos. Embora de uma afectação final de activos estratégicos deva ser concebida
de forma holística, pesando cada classe de activos como parte de um todo, o CAI considera
que a inclusão de TIPS é uma consequência muito provável a longo prazo, como aconteceu
com Mercer no seu relatório de 2007. O CAI deu, assim, início ao processo de inclusão de
tais activos na carteira e vai oportunamente apresentar à Ministra um pedido de mandato de
investimento detalhado referindo os títulos de investimento associados à inflação.

Altamente confidencial nos termos do Artigo 32.2 (d) da Lei do Fundo Petrolífero

Olgário de Castro
Comité de Assessoria para os Investimentos
Presidente

Estritamente confidencial nos termos do Artigo 32.2 (d) da Lei do Fundo Petrolífero

Comité de Assessoria para os Investimentos
Data: 18 de Setembro de 2009
Para:
Sua Excelência Sra. Emília Pires
Ministra das Finanças
República Democrática de Timor-Leste

Assunto: Pedido de parecer sobre a parte do depósito do Fundo Petrolífero em
dinheiro
Senhora Ministra,
O Comité de Assessoria para os Investimentos acusa a recepção da sua carta de 15
Setembro de 2009, solicitando parecer do Comité sobre uma proposta para depositar US$
1.2 bilhões numa conta no Hong Kong & Shanghai Banking Corporation (HSBC), em
conexão com um acordo com a Asian Champ Investment Ltd (ACI), descrito na carta da
ACI datada de 15 de Setembro de 2009 e assinada por Datuk Edward Ong, através da qual
o Fundo Petrolífero receberia um retorno de 7,5% para um ano.
O Comité de Assessoria para os Investimentos aproveita esta oportunidade para agradecer
à Senhora Ministra por ter solicitado o parecer do Comité e aconselha a Senhora Ministra a
continuar a agir com a máxima cautela.
Embora a Comité não possa, pelas razões abaixo indicadas, recomendar a aceitação da
proposta, o Comité sugere que a Senhora Ministra solicite à Autoridade Bancária e de
Pagamentos para confirmar as hipóteses sobre as quais o Comité alicerçou as suas
conclusões.
O Comité elaborou o seu parecer baseado nas seguintes premissas:


A partir do texto do prospecto, em especial a introdução e os itens (i) e (ii), é evidente
que a Ásia Champ Investments Ltd. é uma parte da transacção. Dos itens (ii) e (iii)
subentende-se que é esta empresa que promete o pagamento da remuneração de 7,5% e
não o HSBC.



O Comité não foi capaz de verificar a existência da Ásia Champ Investments Ltd no
Registo Online de Empresas de Singapura e a ACI e não consta da Internet por
qualquer forma. Embora o regime proposto não seja um compromisso formal de
nomear a ACI como gestor externo, nem apresentado como um investimento na ACI
apesar da sua oferta de um retorno, no entanto associa a ACI com a gestão de uma
parcela significativa do Fundo Petrolífero e, portanto, deve ser feito recurso à lei em
busca de orientação. A limitada evidência de que dispõe o Comité sugere que o ACI
fica muito aquém das condições descritas no artigo 12.2 da Lei do Fundo Petrolífero.



O Comité observa que a taxa de juro de 7,5% para um depósito de USD por um ano é
consideravelmente superior às taxas de mercado para depósitos em dinheiro em
instituições altamente classificadas, que a partir de 15 de Setembro de 2009 estão na
faixa de 0,6% até 1,3%. Assim, o CAI considera muito provável que a proposta
contenha riscos que não foram adequadamente reflectidos na proposta da ACI.

Estritamente confidencial nos termos do Artigo 32.2 (d) da Lei do Fundo Petrolífero



Embora seja mencionado um ramo específico do HSBC para actuar como depositário,
a proposta da ACI não contém nenhuma evidência que sugira que o HSBC tenha
concordado em ser parte do acordo proposto ou a subscrever os riscos a ele associados.
Por isto e pelas razões expostas acima, o Comité é da opinião de que os riscos dos
investimentos propostos devem pertencer à ACI. Neste pressuposto, o investimento não
cumpre os critérios de investimento estabelecidos no artigo 15 da Lei do Fundo
Petrolífero.



No caso pouco provável que o HSBC seja realmente a única contrapartida nesta
proposta e seja o fornecedor do retorno de 7,5% num depósito em numerário normal, o
prazo da proposta (15 dias), normalmente não seria suficiente para realizar um devido
processo de diligência sobre essa empresa de acordo com normas internacionais
aceitáveis de gestão operacional.



A documentação apresentada ao Comité parecer descrever acordo a coberto dos quais a
ACI não terá acesso aos fundos e, portanto, nenhuma oportunidade para fazer um lucro
comercial e muito menos suficientes para justificar o nível de juro acordada. Tendo em
conta que a proposta se refere a um mandato de conta bancária, cujos detalhes não
foram fornecidos, o Comité conclui que o mandato de conta proposta poderá ser
elaborado de uma forma que permita o depósito a ser usado como garantia de um
acordo de negócios com terceiros. Se este for o caso, o Comité considera que essa
solução equivaleria a colocar um ónus sobre os activos em violação do artigo 20 da Lei
do Fundo Petrolífero.



O Comité adverte, sem fazer quaisquer inferências sobre as motivações das partes
envolvidas na proposta da ACI, que em todo o mundo tem havido um número de casos
em que os investidores institucionais têm ficado presas de esquemas fraudulentos no
âmbito de acordos envolvendo depósitos aparentemente seguros em "contas
bloqueadas" em bancos respeitáveis, com taxas de juro mais elevadas do que as do
mercado, prazo curto para tomada de decisões e pouca ou nenhuma documentação
relativa às partes que fazem a oferta.

O CAI é de opinião que todas as decisões de investimento explícitas do Fundo Petrolífero
devem ser institucionalizadas, ou seja, a estratégia de investimento deverá ser determinada
pelo Ministério das Finanças e todos os problemas de implementação, incluindo a selecção
de contrapartes e a escolha de investimentos individuais, devem ser geridos pelo gestor
operacional do Fundo, em conformidade com os procedimentos estabelecidos na Lei do
Fundo Petrolífero e no Acordo de Gestão.
Se surgirem oportunidades de investimento no futuro que não estejam dentro da política de
investimento existentes, o Comité sugere que a resposta adequada seria rever a estratégia
de investimento antes de considerar propostas de investimento específicas.
À luz das diversas incertezas inerentes às matérias enumeradas acima, a adesão ao devido
processo legal é visto como necessário para gerar a documentação de apoio, com
evidências de que foram levadas a cabo uma análise sólida e devida diligência a respeito
dos investimentos propostos e das contrapartes associados à gestão de activos do Fundo
Petrolífero.

Olgário de Castro
Comité de Assessoria para os Investimentos
Presidente

Altamente confidencial nos termos do Artigo 32.2 (d) da Lei do Fundo Petrolífero

Comité de Assessoria para os Investimentos
Data: 16 de Dezembro de 2009
Para
Sua Excelência Sra. Emília Pires
Ministra das Finanças
República Democrática de Timor-Leste

Assunto: Pedido de parecer sobre a estratégia investimento de longo prazo do Fundo
Petrolífero e as alterações da Lei do Fundo Petrolífero.

Referimo-nos