Composição formal das normas jurídicas Normas e proposições normativas

4. Composição formal das normas jurídicas

É comum a afirmação de que as normas jurídicas são estruturas sintáticas de composição condicional, o que significa que as normas são dotadas de um antecedente e de um conseqüente. O antecedente ou termo condicionante, que também é conhecido como prótase, é o enunciado que estabelece o condicional “Se...”; o conseqüente ou termo condicionado, que também é chamado de apódose, estabelece a implicação, no que sua configuração habitual consiste no “...então...”. Assim a fórmula “Se A, então B”, corresponde ao fato e a conseqüência imputada ao fato, a sanção. Por conseguinte, os sintagmas «”se”, “então” ou a cópula lógica “e” ou “são”» correspondem ao dizer normativo referencial de uma realidade dada e a conseqüência estatuída.

5. Normas e proposições normativas

É usual distinguir-se o direito no sentido de direito ´objetivo´ das formulações que se elabora acerca dele. Diz-se, assim, que o direito corresponde a um conjunto de normas prescrições e que a ciência jurídica as formulações dos juristas é composta por proposições normativas descrições. A distinção tem por base a situação de que os item a juristas quando lêem os materiais normativos os descrevem ao passo que os legisladores, como os juízes, prescrevem. Uma e outra camada discursiva não pode ser confundida, isso porque a característica que as diferencia remete ao caráter funcional de conhecimento dos juristas e a função essencialmente regulativa das normas Alchourrón-Bulygin, 1975. Nesse sentido, os dizeres «A norma N de OJ que proíbe matar é válida» não está no mesmo patamar lingüístico que «Matar alguém. Pena de 6 a 20 anos», pois exercem funções lingüísticas distintas; esta é linguagem-objeto; aquela é uma metalinguagem. Aliás, item b porque os enunciados descritivos não obrigam, não proíbem, não permitem e não facultam nada, eles podem ser verdadeiros ou falsos; já as normas jurídicas obrigam, proíbem, permitem; daí não haver como predicá-las de verdadeiras ou falsas, apenas válidas ou inválidas, justas ou injustas, úteis ou inúteis. Entre normas e proposições não há, com isso, relação necessária de implicação constitutiva. Essa impossibilidade é conhecida como “Lei de Hume”: daquilo que é não se pode deduzir um dever ser, ou seja, se digo «Os homens mentem» disso não se pode deduzir que os homens devem ou não devem mentir. As distinções relevantes entre normas e proposições são, com isso, de duas ordens: uma psíquica a; outra de propriedade b.

6. Algumas predicações normativas