gugur pada Liga roda clica

Educação & Sociedade
ISSN: 0101-7330
revista@cedes.unicamp.br
Centro de Estudos Educação e Sociedade
Brasil

Sola Ramos, Bruna
Liga, roda, clica
Educação & Sociedade, vol. 30, núm. 109, septiembre-diciembre, 2009, pp. 1257-1259
Centro de Estudos Educação e Sociedade
Campinas, Brasil

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=87313699018

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Bruna Sola Ramos

LIGA, RODA, CLICA*
BRUNA SOLA RAMOS**

desafio na escrita desta resenha se encontra, talvez, no próprio
movimento que anima a leitura de uma obra coletiva. Diz da
necessidade de divisar, por entre a singularidade de seus fios
mais particulares, a trama que garante a unidade dialógica de seu tecido. Em Liga, roda, clica: estudos em mídia, cultura e infância, a produção cultural da criança, pensada em íntima relação com o cenário
discursivo/simbólico da contemporaneidade, se traduz no substrato
temático que nos permite ir de um texto ao outro, dialogando com a
multiplicidade dos enfoques e das escolhas teórico-metodológicas
apontadas em cada um deles. Produzidos a partir de sólidas trajetórias
de pesquisa, os textos que compõem a obra são anunciados como trilhas, desenhando uma imagem de acolhimento às diferentes leituras e
possíveis significações do singular universo cultural de nossas crianças.
Mídia, memória e consumo cultural se entrecruzam em uma época
que se consubstancia na “ideologia da vida curta” e faz circular o consumo como “critério de organização social”. Esse panorama conceitual
nos permite aproximar os textos de Edmir Perrotti, “Estação Memória:

novos caminhos da mediação e da apropriação cultural”, e de Maria
Isabel Orofino, “Ciranda de sentidos: crianças, consumo cultural e mediações”. Em tempos de “silêncio cultural”, Perrotti nos convida a conhecer a Estação Memória, espaço de “circulação narrativa” gestado no
interior de uma proposta colaborativa de pesquisa. Orofino nos instiga
a pensar em uma “pedagogia dos meios” que possa contribuir para o

*

Resenha do livro organizado por Monica Fantin e Gilka Girardello: Liga, roda, clica: estudos em mídia, cultura e infância (Campinas: Papirus, 2008).

**

Doutoranda em Educação, integrante do grupo de pesquisa “Educação e Comunicação”
(UERJ) e bolsista da FAPERJ. E-mail: brunasola@uol.com.br

Educ. Soc., Campinas, vol. 30, n. 109, p. 1257-1259, set./dez. 2009
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desenvolvimento do consumo cultural reflexivo. Em ambos, vale compartilhar a dimensionalidade crítica do conceito de mediação, fazendo-nos atentar para o intrincado jogo de produção e de negociação de
sentidos que demarca as relações do sujeito com a sua cultura. Duas
construções em busca de rompimentos: na perspectiva da ordem discursiva hegemônica, em Perrotti, e sob o viés do consumo cultural crítico, em Orofino.
Mídia, imagem e educação compõem um segundo núcleo conceitual que nos permite abrigar os textos de Rosa Maria Bueno Fischer,
Ingrid Dittrich Wiggers e Telma Anita Piacentini. Fischer nos convida
a um instigante passeio teórico, ao propor a experiência como via de
investigação da pedagogia da imagem midiática em “Imagens da mídia,
educação e experiência”. Wiggers, em “Infância e mídia: crianças desenham novas corporeidades?”, traz à cena o modelo de corpo em evidência que emerge da cultura midiática contemporânea, propondo a
arte como “espaço de deformação dessas imagens”. Em “A questão do
método e a pesquisa sobre imagens de infância”, Piacentini apresenta
os contornos metodológicos de uma pesquisa fundamentada no conceito benjaminiano de “método como desvio” e nas proposições da “pedagogia da imagem”, fazendo circular, por entre a arte universal e a arte
popular, uma imagem de infância que atravessa e tece a história “no
mundo do imaginário que o brinquedo traduz”. Três estudos que nos
instigam a questionar o fascínio que as imagens da mídia despertam e
a (re)pensar o papel da escola no resgate de uma “criança lúdica”; de
uma infância que brinca, experimenta e pensa as imagens.
Mídia, tecnologia e educação constituem, por fim, o eixo temático
que nos permite aproximar os estudos de Pier Cesare Rivoltella, Gilka
Girardello, Maria Luiza Belloni e Monica Fantin. Com eles, buscamos

compreender a produção cultural da infância e da juventude contemporâneas mediadas pelas múltiplas telas que inauguram formas outras
de ver, saber, e conviver em nossa sociedade. Em “A formação da consciência civil entre o ‘real’ e o ‘virtual’”, Rivoltella põe em cena o conceito de “sociedade multitela”, auxiliando-nos a pensar a mídia-educação como parte essencial no processo de formação para a cidadania. Em
“Produção cultural infantil diante da tela: da TV à internet”, Girardello
busca, nos estudos já realizados sobre a recepção televisiva infantil,
compreender a produção narrativa infantil diante do computador.

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Belloni, em “Os jovens e a internet: representações, usos e apropriações”, apresenta dados de duas pesquisas realizadas sobre os modos
como os jovens se apropriam da internet e a integram em suas práticas
cotidianas, inclusive escolares. Fantin, em “Do mito do Sísifo ao vôo
de Pégaso: as crianças, a formação de professores e Escola Estação Cultura”, problematiza o papel da mídia nas relações entre infância, escola
e cultura digital, imaginando a Escola Estação Cultura, espaço institucional que abriria perspectivas plurais no campo da mídia-cultura.
No entremeio das discussões apontadas em cada um desses estudos,
somos levados a refletir sobre os novos desafios colocados ao processo

de socialização de nossas crianças e jovens e a assumir a urgente tarefa
de se pensar a mídia-educação orientada para as múltiplas linguagens
e para a construção da cidadania.
Em conjunto, os nove textos publicados parecem atuar em nome
das “possibilidades de crítica”, anunciadas na apresentação da obra, ao
se ocuparem em problematizar visibilidades da infância criadas em meio
à profusão das tecnologias de comunicação (e seus processos) e às
reconfigurações culturais próprias de nosso tempo.
Nesse sentido, em termos de síntese, a proposta do livro nos parece clara: pensar dispositivos culturais que não apenas se materializam
nas mais diferentes experiências vividas na/pela infância contemporânea, como também ressignificam, processualmente, o próprio repertório dessas experiências. Dinâmica de certo modo ousada pelos arranjos
que suscita entre seus pontos de entrada – por si só multifacetados e
complexos: Educação, Infância, Cultura e Comunicação.
Quando o livro se encerra, naquele interregno de silêncio em que
o leitor continua a ligar, rodar e clicar outras rotas possíveis, se pode
dizer de uma justa medida entre o que se pretende e o que se vê concretizado em cada um dos textos lidos. Por isso, esperamos que este
breve texto cumpra-se em seu próprio motivo e que você aceite o convite para ler Liga, roda, clica e, depois, saia rodando por aí também.

Educ. Soc., Campinas, vol. 30, n. 109, p. 1257-1259, set./dez. 2009
Disponível em


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