GESTÃO DO FUNDO DAS INFRA-ESTRUTURAS

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I. INTRODUÇÃO

Através do Plano Estratégico de Desenvolvimento PED, o Governo articulou claramente a sua visão para o desenvolvimento social e económico do país e procurou concretizar esta visão. Um dos pilares centrais do PED é o desenvolvimento de infra-estruturas essenciais e produtivas. De acordo com a Lei N.º 12011, de 14 de Fevereiro, que aprovou o Orçamento Geral do Estado OGE, o Governo estabeleceu o Fundo das Infra-estruturas FI, que funciona como o veículo financeiro para o Governo investir em grandes projectos de investimento público essenciais para fomentar o desenvolvimento e criar uma economia funcional, tal como está delineado no PED para 2011 a 2030. O Decreto-Lei n.º 82011, de 16 de Março, define o objectivo principal do estabelecimento do FI, que é financiar a implementação de conjuntos de infra-estruturas que necessitem de grandes investimentos em projectos plurianuais e de grande escala com valor acima de 1 milhão de dólares. Isto permite que os recursos, uma vez programados, sejam gastos de uma forma mais eficiente, transparente e responsável. Estes projectos requerem que o governo assine contratos plurianuais legalmente vinculativos, para os quais é necessário garantir financiamento durante mais de um ano fiscal. O Fundo também está autorizado a reter fundos por gastar todos os anos, os quais transitam automaticamente para os anos seguintes. Os investimentos em infra-estruturas não só reduzem os condicionalismos ao nível de capacidade e ajudam a facilitar uma economia mais produtiva, como também criam um quadro propício para o desenvolvimento e crescimento, através da redução dos custos com transacções, da criação de emprego e da geração de rendimentos, o que por sua vez estimula a integração do mercado doméstico e aumenta a procura em zonas rurais. O processo de desenvolvimento do programa de infra-estruturas ocorre por norma em duas fases principais, cada uma delas com diversas subfases. A primeira fase, que termina com a conclusão física das infra-estruturas, abrange a selecção do tipo e localização dos projectos, o planeamento, a concepção, a avaliação preliminar, os estudos, incluindo o estudo de viabilidade e o estudo de impacto, e a construção. A fase dois diz respeito aos serviços de infra-estruturas, os quais incluem não só o fluxo de benefícios derivados das infra-estruturas físicas ao longo do tempo como também a gestão e fiscalização das mesmas, incluindo operação e manutenção. A Secção II deste Livro Orçamental sobre o FI contém uma breve introdução à gestão do Fundo das Infra-estruturas. A Secção III apresenta as alocações e desembolsos orçamentais anuais ao longo dos anos de 2011, 2012, 2013 e 2014. A Secção IV resume o orçamento do FI para 2015 por programa. O livro termina com os Anexos que detalham o orçamento para 2015 por programa e projecto.

II. GESTÃO DO FUNDO DAS INFRA-ESTRUTURAS

Para garantir a implementação eficaz dos projectos o Governo estabeleceu o Conselho de Administração do Fundo das Infra-estruturas CAFI, o órgão executivo com autoridade sobre o processo decisório relativamente a todas as matérias relacionadas com projectos do Fundo das Infra-estruturas. O CAFI presta orientação política às instituições ou ministérios executores. Página 3 O CAFI é composto por um Presidente e três membros permanentes, nomeadamente:  O Primeiro-Ministro, Presidente  A Ministra das Finanças, Membro  O Ministro dos Transportes e Comunicações, Membro  O Ministro das Obras Públicas, Membro O CAFI pode solicitar a presença de outros Ministros e Secretarias de Estado em reuniões quando as agendas das mesmas sejam relevantes para as responsabilidades e actividades das suas instituições. O Secretariado dos Grandes Projectos SGP, a Agência de Desenvolvimento Nacional ADN e a Comissão Nacional de Aprovisionamento CNA prestam apoio técnico e administrativo ao CAFI, tal como está especificado no processo de trabalho do Fundo das Infra-estruturas. O SGP é responsável por desempenhar as funções especificadas no “Processo de Trabalho” do Fundo das Infra-estruturas, bem como por prestar apoio técnico e de secretariado ao CAFI. Isto inclui a realização de avaliações preliminares relativamente a propostas de projectos e o reporte sobre análises e opções de financiamento para o CAFI, bem como sobre a execução de pagamentos com base em recomendações da ADN. O SGP assegura igualmente funções de secretariado para a Agência Executora de projectos financiados a partir de empréstimos. As inspecções regulares no terreno estão sob a alçada da Agência de Desenvolvimento Nacional ADN, a qual é também responsável por garantir que os projectos são implementados de acordo com as especificações aprovadas e por emitir as respectivas recomendações em termos de pagamento. A ADN é igualmente responsável por analisar concepções e estudos, desenhos e Listas de Quantidades LdQs, bem como documentos de concurso antes do seu envio à Comissão Nacional de Aprovisionamento para adjudicação dos serviços. Os Ministérios e Instituições Operacionais, na qualidade de titulares dos projectos, são responsáveis por identificar e apresentar propostas de projectos, preparar documentos de projecto para concurso, assinar acordos contratuais, emitir avisos para avançar, monitorizar a implementação e a gestão diárias dos projectos, aprovar relatórios de progresso e ou relatórios finais de projectos e emitir certificações para pagamentos. Actualmente o Fundo das Infra-estruturas FI engloba 22 Programas, os quais estão alinhados com as prioridades do PED e do Governo: 1. Programa de Desenvolvimento de Agricultura e Pescas 2. Programa de Água e Saneamento 3. Programa de Desenvolvimento Urbano e Rural 4. Programa de Edifícios Públicos 5. Sistema Financeiro e Programa de Infra-estruturas de Apoio 6. Programa de Juventude e Desporto 7. Programa de Educação 8. Programa de Electricidade 9. Programa Informático 10. Programa dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio 11. Programa da Saúde 12. Programa da Segurança e da Defesa 13. Programa da Solidariedade Social 14. Programa de Desenvolvimento de Tasi Mane 15. Programa de Estradas Página 4 16. Programa de Pontes 17. Programa de Aeroportos 18. Programa de Portos 19. Programa de Desenvolvimento de Oecusse 20. Programa do Turismo 21. Desenho e Supervisão de Novos Projectos, e 22. Programa de Empréstimos Externos.

III. ALOCAÇÕES ORÇAMENTAIS E DESEMBOLSOS ANUAIS ENTRE 2011 E 2014