Receitas Domésticas Fundo Petrolífero

Página 15 aumento das receitas provenientes de taxas e pagamentos, em resultado de uma maior gama de serviços prestados pelo Governo e de uma cobrança mais eficaz destas taxas e pagamentos. Tabela 2.4.1.1: Projeções de Receitas Domésticas em milhões de dólares LO1 Ret. 2015 Projeção para 2016 Total das Recesitas Domésticas 170,4 171,4 Impostos 125,5 116,4 Taxas e Pagamentos 37,2 46,4 Juros 0,0 0,0 Agências Autónomas 7,6 8,6 Fonte: Direção Nacional de Política Económica, Ministério das Finanças, 2016

2.4.2 Receitas do Fundo Petrolífero

As receitas do Fundo Petrolífero continuam a ser a principal fonte de financiamento do Orçamento de Estado a cada ano. Estas receitas incluem as receitas petrolíferas e os rendimentos provenientes de investimentos. As receitas petrolíferas são influenciadas sobretudo por três fatores: preço do petróleo, produção e custos. As receitas petrolíferas dos campos de Bayu‐Undan e Kitan atingiram o seu pico em 2012, com produção no valor de 3.559,1 milhões de dólares. Desde então as receitas têm vindo a descer gradualmente, em resultado da diminuição da produção e da queda acentuada do preço do petróleo desde meados de 2014. O campo de Kitan cessou a sua produção em dezembro de 2015 e o campo de Bayu‐Undan deverá cessar em 2021. As projeções no Orçamento de Estado para 2016 assentaram na projeção da AIE relativamente ao preço do Brent em maio de 2015. As projeções do Orçamento de Estado para 2016 apontam para um total de receitas petrolíferas de 718,7 milhões de dólares em 2016.. Página 16 Tabela 2.4.2.1: Receitas do Fundo Petrolífero, incluindo Receitas Petrolíferas dos campos de Bayu‐Undan e Kitan, entre 2015 e 2020 em milhões de dólares Valores efetivos para 2015 Projeção para 2016 Total das Receitas do Fundo Petrolífero 957,5 1.593,5 Rendimentos do FP recebidos ‐21,4 874,8 Total das Receitas Petrolíferas 978,9 718,7 PTPRoyalties 225,2 64,5 Petróleo de lucro 303,7 327,1 Imposto sobre os Rendimentos 192,4 104,0 Imposto sobre Lucros Adicionais 166,7 173,9 Outros Impostos 91,0 49,2 Fonte: Unidade de Administração do FP, BCTL, ANPM e Direção Nacional de Receitas Petrolíferas e Minerais. Os outros impostos incluem pagamentos relativos a Imposto de Retenção, Imposto sobre o Valor Acrescentado do BU, Imposto sobre Vencimentos e outros impostos.

2.4.2.1 Riqueza Petrolífera e cálculo do RSE

Segundo a Lei do Fundo Petrolífero o Rendimento Sustentável Estimado RSE é o montante máximo que pode ser apropriado a partir do Fundo Petrolífero num ano fiscal deixando recursos suficientes no Fundo Petrolífero para que seja possível apropriar um montante de valor real idêntico em todos os anos seguintes. O RSE está estabelecido nos 3 porcento da riqueza petrolífera. Não obstante, o Governo pode levantar verbas a partir do Fundo Petrolífero acima do RSE desde que explique como tal serve os interesses a longo prazo de Timor‐Leste e que esta operação seja aprovada pelo Parlamento Nacional. Página 17 A Tabela 2.4.2.1.1 indica os valores estimados da Riqueza Petrolífera e do RSE para 2015 e 2016. Tabela 2.4.2.1.1: Riqueza Petrolífera e Rendimento Sustentável Estimado RSE LO1 Ret. 2015 Orçamento Original para 2016 Orçamento Retificativo de 2016 Rendimento Sustentável Estimado RPx3 638,5 544,8 544,8 Total da Riqueza Petrolífera RP 21.254,7 18.159,6 18.159,6 Saldo Inicial do FP 16.538,6 16.605,2 16.605,2 Valor Atualizado Líquido das Receitas Futuras 4.716,1 1.554,4 1.554,4 Estes valores são idênticos aos do Orçamento original de 2016, uma vez que o RSE é atualizado apenas uma vez por ano. Fonte: Unidade de Administração do Fundo Petrolífero, Ministério das Finanças, 2016 O objetivo do Governo é preparar um RSE que seja no geral prudente, tal como exigido pela Lei do FP. Embora os cálculos assentem nas melhores informações disponíveis e nos pareceres dos peritos, cada elemento está por inerência sujeito a uma incerteza considerável. O RSE é atualizado apenas uma vez por ano como parte do processo do orçamento principal. Deste modo o RSE de 544,8 milhões de dólares constante do Orçamento para 2016 é também adotado neste orçamento retificativo. O RSE será novamente calculado em julho, aquando da preparação do Orçamento de Estado para 2017, altura em que haverá novos dados disponíveis sobre produção, custos e previsões a longo prazo da AIE sobre o preço do petróleo. A Figura 2.4.2.1.2 mostra as alterações no RSE futuro resultantes do aumento dos levantamentos em 2016, os quais passaram de 1.283,8 milhões de dólares conforme previsto no Orçamento original para 2016 para 1.674,5 milhões. Devido ao aumento da despesa, os levantamentos em excesso face ao RSE deverão atingir 1.129,7 milhões de dólares, 390,7 milhões de dólares acima do valor constante do Orçamento de Estado original de 2016. Da mesma forma, o RSE para os Anos Fiscais 2017‐2025 deverá sofrer uma redução anual entre 34,8 milhões e 43,1 milhões de dólares. Página 18 Figura 2.4.2.1.2 – Impacto dos levantamentos excessivos no RSE futuro em milhões de dólares. Fonte: Unidade de Administração do Fundo Petrolífero, Ministério das Finanças, 2016

2.4.3 Fundo Petrolífero

O Orçamento do Estado para 2016 previa que o saldo do Fundo Petrolífero fosse de 16,6 mil milhões de dólares no final de 2015. O saldo do Fundo Petrolífero no final de 2015 foi na verdade de 16,2 mil milhões. A diferença resulta principalmente de perdas em termos de investimento no montante de 21.4 milhões de dólares, face ao retorno estimado de 532,3 milhões de dólares considerado no Livro do Orçamento original. A redução do retorno do investimento foi parcialmente compensada por receitas petrolíferas superiores ao esperado e pelo facto dos levantamentos 1.278 milhões de dólares terem sido inferiores ao que fora aprovado 1.327,5 milhões de dólares. Durante 2015 o saldo do Fundo foi reduzido em 321 milhões. Prevemos que o saldo do Fundo continue a descer, uma vez que as verbas que entram não chegam para repor as verbas que saem. Esta é a primeira vez que o Fundo gera um retorno anual negativo. O retorno do investimento em ações sofreu uma forte queda no terceiro trimestre de 2015, tendo posteriormente recuperado no quarto trimestre e atingido um retorno global de ‐0,4 em 2015. Tal como foi explicado no Relatório Anual do Fundo Petrolífero do ano transato, a volatilidade dos retornos das ações significa que é de esperar que os investimentos gerem ocasionalmente perdas. A alocação de 40 em ações é necessária para que o Fundo atinja o seu objetivo de 3 de retorno real. As obrigações constituem 60 da carteira de investimento e contribuem para mitigar a maior volatilidade do investimento em ações. A carteira de obrigações registou um Página 19 ganho de 0,1. Até março de 2016 o Fundo gerou um retorno de 2,1, o que se traduz em 334,9 milhões de dólares. De acordo com os dados disponíveis de momento, mais de 90 da riqueza petrolífera dos campos de Bayu‐Undan e Kitan encontram‐se atualmente na forma de aplicações financeiras no Fundo Petrolífero. Isto significa que o nível de levantamentos a partir do Fundo e os retornos dos investimentos deste serão os principais motores do saldo do Fundo no futuro. Os retornos de investimentos futuros são incertos e oscilarão de ano para ano em torno de uma estimativa central de 5,7 porcento nominal.

2.5 Financiamento

A Tabela 2.5.1 indica as fontes de financiamento do Orçamento do Estado Retificativo de 2016. O elemento principal a ter em conta é que o orçamento, caso seja executado na totalidade, iria necessitar de levantamentos excessivos a partir do Fundo Petrolífero no montante de 1.129,7 milhões de dólares. Tabela 2.5.1: Financiamento em milhões de dólares Orçamento Original para 2016 Orçamento Retificativo de 2016 Financiamento Total 1.390,8 1.781,5 Rendimento Sustentável Estimado RSE 544,8 544,8 Levantamentos Excessivos a partir do FP 739,0 1.129,7 Uso do Saldo de Caixa 0,0 0,0 Empréstimos 107,0 107,0 Fonte: Direção Nacional de Política Económica, Ministério das Finanças, 2016 20 Parte 3: Lei do Orçamento Geral de Estado Retificativo de 2016 VI GOVERNO CONSTITUCIONAL Lei n.º 2016 de.......de......... Primeira Alteração à Lei n.º 12016, de 14 de janeiro, que aprova o Orçamento Geral do Estado para 2016 A presente lei altera o Orçamento Geral do Estado para 2016, aprovado pela Lei n.º 12016, de 14 de janeiro, doravante designado por OGE, na parte relativa às tabelas dos Anexos I, II e III permanecendo o Anexo IV inalterado. É alterado o Anexo I do OGE na parte relativa ao total de financiamento das despesas com recurso às transferências do Fundo Petrolífero.