Crescimento Económico Economia Nacional

Página 8 excluirmos o impacto da conclusão do projeto de eletricidade, verificamos que a economia não petrolífera teria crescido 7,0 em 2013, o que demonstra que a tendência de crescimento subjacente continua a ser forte. De uma forma geral a economia teve um bom desempenho em 2013, com um crescimento forte do investimento privado e do consumo das famílias, e com quedas da inflação e do défice comercial não petrolífero. O crescimento de 3,4 no consumo das famílias sugere que os níveis de vida continuaram a melhorar em 2013. O crescimento de 38,4 no investimento privado mostra que se estão a conseguir bons progressos no desenvolvimento do setor privado. Isto está em linha com o Plano Estratégico de Desenvolvimento PED e com a política de antecipação de despesas. Tabela 2.2.2.1.2 Taxas de Crescimento Reais do Setor Não Petrolífero entre 2007 e 2013 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 PIB Não Petrolífero 11,3 14,2 12,9 10,1 8,2 5,8 2,8 Agricultura, Florestas e Pescas ‐3,3 0,3 8,1 ‐2,9 ‐17,1 26,7 0,1 Construção Civil 94,3 139,8 50,0 6,9 52,7 ‐3,6 ‐10,0 Comércio Grossista e Retalhista 8,5 13,0 10,7 4,3 9,4 2,1 ‐5,8 Administração Pública 13,1 5,7 31,7 13,1 7,7 14,8 15,1 Fonte: Contas Nacionais de Timor‐Leste entre 2000 e 2012, Direção‐Geral de Estatística, Ministério das Finanças, 2015 O desempenho nos principais setores da economia timorense teve um comportamento misto em 2013. O crescimento do setor da construção civil continua a depender fortemente das despesas de capital do governo, pelo que a redução destas últimas levou a uma queda de 10 no desempenho do setor da construção civil. Enquanto isso, o forte crescimento de 15,1 registado pelo setor da administração pública foi resultado do aumento das despesas correntes do Governo em 2013. A produção do setor agrícola cresceu 0,1 em 2013; apesar das melhorias em termos de produtividade a produção agrícola tem permanecido constante desde 2009. Por fim, o setor do comércio grossista e retalhista apresentou uma contração de 5,8 em 2013. O Ministério das Finanças prevê para o médio prazo um crescimento de elevada qualidade do PIB não petrolífero entre os 4,1 e os 7,5 ver Figura 2.2.2.1.3. O forte crescimento de 6,0 previsto para 2014 resulta da execução elevada das despesas de capital de desenvolvimento, sendo que nos anos mais distantes o crescimento é impulsionado por uma combinação equilibrada de aumentos do investimento privado, consumo das famílias e implementação continuada da política governamental de antecipação das despesas em setores e projetos de infraestruturas essenciais. Página 9 Figura 2.2.2.1.3 PIB Não Petrolífero Real, Valores Concretos entre 2008 e 2013 e Valores Estimados entre 2014 e 2018 Fonte: Direção Nacional de Política Económica LO16 e Direção‐Geral de Estatística, Ministério das Finanças, 2015

2.2.2.2 Inflação

A inflação homóloga em Timor‐Leste foi de ‐0,6 em dezembro de 2015. Tal como se pode ver na Figura 2.2.2.2.1, nos últimos anos a inflação homóloga tem oscilado de forma considerável, atingindo os dois dígitos entre março de 2011 e setembro de 2013, tendo depois caído rapidamente para valores inferiores ao objetivo estabelecido para Timor‐Leste 4 a 6 e atingido a deflação em março de 2015. Este período de inflação baixa pode atribuir‐se aos preços de alimentos, bebidas não alcoólicas e transportes, que caíram em resultado do declínio nos preços internacionais das matérias‐primas e da valorização do dólar americano contra as moedas dos principais parceiros comerciais de Timor‐Leste. Figura 2.2.2.2.1 Inflação Homóloga em Timor‐Leste entre 2010 e 2015 Fonte: Direção‐Geral de Estatística, Ministério das Finanças, 2015 Página 10 Prevê ‐se que a inflação permaneça baixa durante 2016 e que termine o ano abaixo do objetivo do Governo de 4 a 6. A pressão descendente em 2016 resulta sobretudo de um cenário continuado de baixos preços internacionais das matérias‐primas.

2.3 Despesas

2.3.1 Justificação do Orçamento Retificativo

O Governo está empenhado em fazer investimentos com retorno elevado que garantam as bases necessárias para um desenvolvimento sustentável a longo prazo conduzido pelo setor privado. O presente Orçamento Retificativo de 2016 propõe um aumento nas alocações de capital de 390,7 milhões de dólares destinadas a financiar projetos de infraestruturas vitais que estão a avançar mais rapidamente que o previsto. A alocação orçamental original para 2016 não é suficiente para cobrir todos os projetos de infraestruturas atualmente em curso até final do ano. Caso esta despesa de capital adicional não fosse alocada em 2016, teria de ser considerada no Orçamento de Estado para 2017. Todavia, dado que o próximo ano será ano de eleições, prevê‐se que o orçamento irá ser mais moderado, pelo que não seria possível acomodar esta despesa. Aumentar o orçamento de capital em 2016 permitirá a aceleração dos benefícios económicos para o país e contribuirá para a diversificação económica. Isto está em linha com a estratégia do Governo de antecipação das despesas por via da utilização de empréstimos e de levantamentos excessivos a partir do Fundo Petrolífero para financiar investimentos de elevada qualidade em infraestruturas e desenvolvimento de capital humano. Uma parte considerável do aumento proposto vem de três projetos principais: o Porto da Baía de Tibar, a Base de Fornecimentos de Suai e o Projeto de Melhoria das Infraestruturas de Escoamento de Díli. Estes projetos estão na forja há vários anos e chegam agora à fase de implementação, pelo que serão necessários pagamentos antecipados. Estes e outros investimentos semelhantes irão estimular o crescimento económico, conduzindo a maiores receitas domésticas e a menores despesas governamentais a longo prazo, o que permitirá que os levantamentos a partir do Fundo Petrolífero sejam reduzidos de modo a voltarem a níveis consistentes com o RSE. A política de antecipação de despesas já permitiu ao Governo melhorar consideravelmente a cobertura rodoviária e elétrica em Timor‐Leste, o que contribuiu para melhorar tanto os níveis de vida como o ambiente para as empresas.