Panorama a Médio Prazo entre 2013 e 2015 Crescimento Económico entre 2013 e 2015

Página 19 Figura 2.3.2.1.2.2: Tipos de Inflação Homóloga em Timor-Leste entre 2007 e 2012 Fonte: Publicação mensal do IPC, Direcção-Geral de Estatísticas Resumo do Desempenho da Economia Doméstica entre 2007 e 2012 Entre 2007 e 2012, a economia doméstica de Timor-Leste apresentou um crescimento forte. O crescimento económico, entre 2007 e 2011, resultou em grande parte de aumentos nas despesas governamentais, enquanto em 2012 o crescimento foi derivado de outros factores, tais como o consume das famílias e as exportações de bens. Ao longo do período, a inflação oscilou de forma significativa, porém tem estado essencialmente acima do alvo de 4,0 a 6,0, especialmente na segunda metade do período, quando as condições internacionais eram desfavoráveis e as despesas governamentais eram elevadas. O consumo das famílias aumentou durante o período, mas não à mesma taxa que o crescimento do PIB não-petrolífero.

2.3.2.2: Panorama a Médio Prazo entre 2013 e 2015 Crescimento Económico entre 2013 e 2015

O MF prevê que o PIB não-petrolífero vá crescer entre 5,6 e 7,1 no período de 2013 a 2015 ver figura 2.3.2.2.1.. Apesar de estar abaixo do percurso de crescimento registado entre 2007 e 2011, estas taxas de crescimento económico continuam a ser elevadas segundo os padrões internacionais e a estar em linha com a Ásia emergente e em desenvolvimento, como se pode ver na tabela 2.3.1.1.1. Página 20 Figura 2.3.2.2.1: PIB não-petrolífero real concreto entre 2007 e 2012 e previsão para 2013 a 2015 Fonte: Direcção Nacional de Política Económica, Ministério das Finanças e Contas Nacionais de Timor-Leste 2000-2012, Direcção-Geral de Estatísticas Em 2013, a taxa de crescimento do PIB não-petrolífero foi prevista em 5,6. Esta projecção abaixo da tendência resultou da baixa execução de despesas governamentais com capital, motivada em parte pelas melhorias no ciclo de gestão de importações. As importações de bens e serviços 7 aumentaram de forma acentuada e contribuíram também para a previsão de crescimento abaixo da tendência. Todavia, prevê-se que se mantenham as fortes taxas de crescimento registadas nos últimos anos em relação ao investimento por parte do sector privado e ao consumo das famílias. Estima-se que o PIB não-petrolífero cresça 7,1 em 2014 e 7,0 em 2015. A projecção de crescimento para 2014 resulta sobretudo dos aumentos no consumo das famílias e nas despesas recorrentes do Governo. Já em 2015, a taxa de crescimento é motivada por um forte crescimento no consumo das famílias e no investimento por parte do sector privado. O crescimento do investimento privado em 2015 resulta de propostas firmes de projectos por parte de várias multinacionais que pretendem fazer negócios em Timor-Leste. Inflação entre 2013 e 2015 A inflação homóloga em Timor-Leste, em Dezembro de 2013, foi 4,0. Isto está dentro do alvo do PED de 4,0 a 6,0 e representa uma redução considerável relativamente à inflação com dois algarismos registada entre 2010 e 2012. Esta tendência de descida continuou em 2014, estando previsto que a inflação homóloga fique abaixo do alvo do Governo em 2014 e que regresse ao alvo em 2015. 7 Excluindo despesas relacionadas com o projecto de electricidade. Página 21 Em Dezembro de 2013, a inflação homóloga foi de 5,1 relativamente a alimentos e bebidas não-alcoólicas e de 2,0 relativamente ao IPC excluindo alimentos. A inflação nestas duas categorias está significativamente abaixo das taxas registadas entre 2011 e 2012. Tal como, durante o período de 2007 a 2012, a taxa de inflação neste período resulta sobretudo da inflação dos alimentos e das bebidas não-alcoólicas, com a inflação de produtos não alimentícios a permanecer mais estável. Figura 2.3.2.2.2: Inflação do IPC concreta e estimada entre 2012 e 2015 Fonte: Direcção Nacional de Política Económica, Ministério das Finanças e Publicação mensal do IPC, Direcção- Geral de Estatísticas, Ministério das Finanças As taxas de inflação mais baixas durante este período, conforme se pode ver na figura 2.3.2.2.2, podem ser explicadas por uma combinação de factores internacionais e domésticos. Entre 2013 e 2014, o dólar americano valorizou-se contra as moedas dos principais parceiros comerciais, em especial a rupia indonésia, o que virá provavelmente a exercer uma pressão de descida nos preços dos bens importados. Além disso, os preços internacionais de alimentos e do petróleo têm permanecido relativamente estáveis, estando previsto que esta estabilidade se mantenha. Os factores domésticos podem também ter tido um papel na redução da taxa de inflação. As taxas de inflação mais baixas em 2013 e 2014 podem ser o resultado do abrandamento das despesas governamentais em 2013, o qual se traduziu no abrandamento da procura interna. Já o aumento previsto nas despesas recorrentes em 2014 contribui para a previsão de inflação mais elevada em 2015. Do lado da oferta, é possível que os aumentos na oferta de alimentos domésticos ou a remoção de limites à capacidade de importação sejam em parte responsáveis pelas reduções na taxa de inflação. Todavia, a análise do lado da procura está seriamente limitada por condicionalismos em termos de dados. Crescimento menor, porém com qualidade mais elevada Embora a previsão do crescimento do PIB não-petrolífero entre 2013 e 2015 esteja abaixo da tendência de crescimento de 2007 a 2011, é provável que este crescimento tenha uma qualidade mais elevada, devido a quatro razões. Página 22 Em primeiro lugar, existem sinais de que a economia timorense começou a fazer a transição de um crescimento conduzido por despesas a curto prazo para um crescimento mais sustentável a longo prazo conduzido pelo sector privado. A taxa de crescimento elevada registada entre 2007 e 2011 foi resultado de grandes aumentos nas despesas governamentais, derivados do acelerar da política governamental de antecipação de despesas. Em contrapartida, no período de 2013 a 2015 prevê-se que o crescimento das despesas governamentais abrande e que o crescimento no sector privado comece a conduzir o crescimento do PIB não-petrolífero. Em segundo lugar, em linha com o crescimento forte conduzido pelo sector privado, as projecções mostram que o investimento privado vai tendo um papel cada vez mais importante na condução do crescimento do PIB não-petrolífero. Prevê-se que o investimento privado atinja níveis sem precedentes em 2015, como resultado de propostas sólidas de várias multinacionais que querem fazer negócios em Timor-Leste. Isto está directamente de acordo com a política governamental de criar as condições necessárias para atrair investimento por parte do sector privado. Em terceiro lugar, prevê-se que as actuais taxas reduzidas de inflação continuem durante o resto do período de 2013 a 2015. Estas taxas apresentam um contraste acentuado com a inflação elevada registada durante o período de 2007 a 2012. A inflação mais baixa pode ajudar a aumentar o poder de compra dos vencimentos dos cidadãos e a reduzir a pobreza. Além disso, a inflação mais baixa levará a aumentos mais baixos nos custos empresariais. Isto ajudará a melhorar a competitividade internacional de Timor-Leste, o que se traduzirá no aumento das exportações e do investimento. Por mim, prevê-se que o consumo das famílias continue a aumentar acentuadamente. O montante que a família média consome é uma forma alternativa de medir os níveis de vida.

2.4: Objectivos de Desenvolvimento do Milénio

Os ODMs consistem em oito objectivos económicos e sociais ambiciosos que o Governo está determinado a atingir até 2015. Objectivo 1: Erradicar a Pobreza e a Fome O ENVTL de 2007 indicou que 49,9 dos timorenses viviam abaixo da linha nacional de pobreza de 0,88 dólares por dia. A incidência da pobreza, conforme medida pelo BM em 2010, desceu para cerca de 41,0. Esta redução foi atribuída em grande medida ao crescimento económico pós-2007. Estão a ser feitos esforços com vista a obter uma estimativa mais recente da pobreza em Timor-Leste. A má-nutrição infantil tem vindo a cair consideravelmente desde a independência, porém ainda permanece elevada. Mais especificamente, a prevalência de crianças abaixo dos cinco anos com peso inferior ao normal desceu dos 45,8 em 2002 para os 37,7 em 2013. O