Outros valores a receber

Fundo Petrolífero de Timor-Leste Notas às demonstrações financeiras para o ano que terminou a 31 de Dezembro de 2013

12 Objectivos e políticas de risco financeiro e de gestão continuação

a Risco operacional Risco operacional é o risco de perdas directas ou indirectas resultantes de uma variedade de causas associadas com os processos, tecnologias e infra-estruturas que apoiam as actividades do Fundo Petrolífero com instrumentos financeiros quer internamente no seio das entidades que gerem o Fundo Petrolífero, quer externamente junto dos prestadores de serviços do Fundo Petrolífero. Resulta também de factores externos para lá dos riscos de liquidez, crédito e mercado, como sejam os factores que resultam de requisitos jurídicos e reguladores e de normas geralmente aceites de comportamento a nível de gestão de investimentos. O Banco Central de Timor-Leste, na qualidade de gestor operacional do Fundo Petrolífero, gere os riscos operacionais associados às operações do Fundo Petrolífero. A gestão do risco operacional comporta políticas que descrevem os padrões de conduta exigidos ao pessoal e sistemas específicos de controlo internos concebidos em torno das caraterísticas específicas do Fundo Petrolífero. A gestão do risco operacional faz parte das políticas e procedimentos do Departamento de Gestão do Fundo Petrolífero, incluindo a identificação e monitorização periódicas de riscos operacionais no Banco Central de Timor-Leste, nos gestores externos, no conservador global e noutros prestadores de serviços relevantes. As normas gerais referentes à gestão do risco operacional incluem: • Requisitos relativamente à segregação apropriada de deveres entre diversas funções, papéis e responsabilidades. • Requisitos referentes à monitorização de transacções • Conformidade com requisitos reguladores e outros requisitos jurídicos • Documentação de controlos e procedimentos • Requisitos referentes à avaliação periódica do risco operacional enfrentado • Normas éticas e empresariais A avaliação do Banco Central de Timor-Leste no que diz respeito à adequação dos controlos e processos estabelecidos nos gestores externos e noutros prestadores de serviços relativamente ao risco operacional é conduzida através de discussões extraordinárias com prestadores de serviços e de uma análise dos relatórios sobre controlos internos dos prestadores de serviços segundo a ISAE16, caso exista. O cumprimento com políticas e com sistemas departamentais de controlo interno é gerido por uma função ativa de auditoria interna, havendo uma provisão específica nos relatórios de gestão diária preparados pela Divisão de Gestão de Riscos para o reporte de todas as questões que surjam relacionadas com questões operacionais. A finalidade desta seção dos relatórios é notificar rapidamente os administradores de topo no que toca a questões operacionais inesperadas, bem como dar-lhes oportunidade para emitir pareceres ou desenvolver ações corretivas. O banco J.P. Morgan foi nomeado depositário do Fundo Petrolífero em junho de 2008. Como parte do acordo de custódia, as suas responsabilidades incluem a guarda dos activos do Fundo Petrolífero. Substancialmente todos os activos do Fundo Petrolífero são detidos pela J.P. Morgan. A falência ou insolvência do conservador do Fundo Petrolífero pode causar atrasos ou limitações aos direitos do Fundo no que diz respeito aos títulos detidos pelo conservador. Todos os trimestres o Banco Central de Timor-Leste monitoriza a notação de crédito e a adequação em termos de capital do seu conservador, bem como analisa o desempenho deste segundo as medidas num acordo a nível de serviço. O processo de nomeação de gestor externo inclui ainda medidas específicas de devidas diligências relativas ao risco operacional, cabe aos gestores externos a apresentação de relatórios que evidenciem a eficácia dos seus sistemas de controlo interno. - 22 - Fundo Petrolífero de Timor-Leste Notas às demonstrações financeiras para o ano que terminou a 31 de Dezembro de 2013

12. Objectivos e políticas de risco financeiro e de gestão continuação

b Risco de crédito O risco de crédito é o risco de que uma contraparte num instrumento financeiro não cumpra uma obrigação ou um compromisso que estabeleceu com o Fundo Petrolífero, causando assim perdas para o Fundo. Resulta sobretudo de títulos de dívida mantidos, bem como de instrumentos financeiros derivados, dinheiro e equivalentes a dinheiro, saldos devidos por despachantes e valores a receber provenientes de acordos de recompra invertida. Para efeitos de reporte de gestão de risco, o Fundo considera e consolida todos os elementos da exposição a risco de crédito, reflectindo o facto de que a principal concentração à qual o Fundo está exposto resulta dos investimentos do Fundo em títulos de dívida. i Gestão do risco de crédito Os Artigos 14.º e 15.º da Lei do Fundo Petrolífero estabelecem condicionalismos amplos à extensão do risco de crédito que pode ser assumida pelo Fundo Petrolífero. A Lei especifica que pelo menos 50 do Fundo Petrolífero precisam ser aplicados em investimentos de rendimento fixo com notação de investimento e que não podem ser investidos mais de 50 do Fundo Petrolífero em acções cotadas em bolsa. Até 5 do Fundo podem ser investidos noutros tipos de títulos. Em Junho de 2012 o Comité de Assessoria para o Investimento aconselhou a Ministra das Finanças de que, de acordo com o horizonte de investimento a longo prazo do Fundo, a alocação de activos estratégicos deveria ser 40 em acções cotadas e 60 em títulos com juro fixo e notação de investimento. O Comité recomendou a implementação desta alocação de activos estratégicos por meio do aumento gradual da exposição a acções públicas na ordem dos 0,83 ao mês partindo da exposição de 20 a acções, ao longo de um período de dois anos até 30 de Junho de 2014. Esta estratégia estava a ser implementada durante o período de reporte. O mandato no Acordo de Gestão Operacional prescreve que o desempenho do Fundo Petrolífero será medido segundo um índice de referência, restringe o universo de investimentos possíveis a instrumentos financeiros com notação elevada e estabelece limites de desvio de indexação que restringem o desvio permissível dos investimentos da carteira em relação ao índice de referência. A perda máxima que o Fundo Petrolífero poderá sofrer com o não cumprimento de um só emissor é o montante indicado abaixo relativo a investimentos em Notas do Tesouro emitidas pelo Governo dos Estados Unidos e a Títulos de Capital emitidos por mercados de países desenvolvidos. ii Concentração da exposição ao crédito A concentração do crédito de risco dá-se quando se estabelecem vários contratos ou instrumentos financeiros com a mesma contraparte, ou quando várias contrapartes estão envolvidas em actividades empresariais semelhantes, ou actividades na mesma região geográfica, ou têm características económicas semelhantes que façam com que a sua capacidade para cumprir obrigações contratuais seja afectada de modo semelhante por alterações a nível económico, político ou de outro tipo. Para evitar concentrações excessivas de risco, a Política do Fundo Petrolífero pretende desenvolver ao longo do tempo uma carteira bastante diversificada, dentro dos limites estabelecidos pela Lei do Fundo Petrolífero. As principais exposições ao crédito do Fundo Petrolífero no final do ano pela indústria ou país do emissor foram as seguintes: A A 31122013 31122012 USD USD Títulos com juro fixo e títulos no mercado monetário Emissores soberanos: Governos dos Estados Unidos 8.112.364.538 8.676.319.344 Governo da Austrália 145.008.543 - Governo do Japão 136.010.191 - Governo do Reino Unido 146.555.355 - Governos Europeus 444.651.310 - Governos de outros países 586.562.474 - 9.571.152.411 8.676.319.344 - 23 -