Observe os regulamentos locais relacionados ao descarte de sobras de reagentes e soluções.
sobre um cutelo localizado no centro do braço. O objeto a ser pesado era colocado em um dos pratos; pesos-padrão suficientes eram então adicionados a outro prato para reposicionar o braço em sua posição
original. A pesagem com essa balança de dois pratos era tediosa e demorada. A primeira balança analítica de prato único surgiu no mercado em 1946. A velocidade e con-
veniência de pesar com essa balança eram amplamente superiores ao que se podia realizar com a balança de dois pratos tradicional. Conseqüentemente, essa balança substituiu rapidamente a anterior na maioria
dos laboratórios. A balança de prato único está sendo substituída atualmente pela balança analítica eletrônica, que não tem braço nem cutelo. Esse tipo de balança é discutido na Seção 2D-2. A conveniên-
cia, a exatidão e a capacidade de controle e manipulação de dados por computador das balanças analíticas asseguram que as balanças mecânicas de prato único vão eventualmente desaparecer de cena. O desenho
e a operação das balanças de prato único são descritos resumidamente na Seção 2D-3.
2D-2 A Balança Analítica Eletrônica
4
A Figura 2-2 apresenta o diagrama e a foto de uma balança analítica eletrônica. O prato situa-se acima de um cilindro metálico oco que é circundado por uma bobina que se encaixa no pólo interno de um ímã per-
manente. Uma corrente elétrica percorre a bobina e produz um campo magnético que segura, ou levita, o cilindro, o prato, o braço indicador
e qualquer massa que esteja no prato. A corrente é ajustada para que o
nível do braço indicador fique na posição de nulo quando o prato estiver vazio. A colocação de um obje- to no prato provoca um movimento do próprio prato e do braço de controle para baixo, o que aumenta a
quantidade de luz que incide na fotocélula do detector de nulo. A corrente que atinge a fotocélula é ampli- ficada, alimentando a bobina, o que cria um campo magnético maior, fazendo que o prato retorne para a
posição original no detector do zero. Um dispositivo como este, no qual uma pequena corrente elétrica faz que um sistema mecânico mantenha sua posição zero, é chamado sistema servo. A corrente requeri-
da para manter o prato e o objeto na posição de nulo é diretamente proporcional à massa do objeto e é
prontamente medida, transformada em sinal digital e apresentada no visor. A calibração de uma balança analítica envolve o uso de uma
massa-padrão e ajuste da corrente de forma que o peso-padrão seja exibido no mostrador.
Levitar significa provocar a suspensão de um objeto no ar.
4
Para uma discussão mais detalhada, ver R. M. Schoonover, Anal. Chem., 1982, n. 54, p. 973A; K. M. Lang, Amer. Lab., 1983, v. 15, n. 3, p. 72. Detector
nulo Fonte
de luz
Braço indicador Circuito
amplificador e de controle
Corrente de compensação
Sinal Sistema
servo S
S S
N
Figura 2-2 Balança analítica eletrônica. a Diagrama de blocos. b Foto de uma balança eletrônica [a Reimpresso de R. M. Schoonover, Anal. Chem., 1982, n. 54, p. 973A. Publicado em 1982 pela American Chemical Society.]
Charles D. Winters
O
sistema servo é um dispositivo
no qual uma pequena corrente elétrica faz que um sistema
mecânico retorne à posição de nulo.
a b
A Figura 2-3 mostra as configurações de duas balanças analíticas eletrônicas. Em cada uma delas,
o prato é ligado a um sistema confinado conhecido coletivamente como célula. A célula incorpora vários flexores que permitem movimentos limitados do prato e previne que forças de torção resultantes
de cargas localizadas fora do centro perturbem o alinhamento do mecanismo da balança. Na posição nula, o braço fica paralelo ao horizonte gravitacional e cada pivô flexor permanece em uma posi-
ção relaxada.
A Figura 2-3a exibe uma balança eletrônica com o prato localizado abaixo da célula. Uma precisão maior é obtida com esse arranjo, em relação àquela do sistema de prato localizado acima da célula prato
superior, apresentado na Figura 2-3b. Mesmo assim, as balanças eletrônicas deste último tipo têm uma precisão que se iguala ou excede àquelas das melhores balanças mecânicas e, além disso, garantem fácil
acesso ao prato da balança.
As balanças eletrônicas geralmente realizam um controle auto- mático de tara
que leva o mostrador à leitura igual a zero com um reci- piente como uma “barquinha” ou frasco de pesagem sobre o prato.
Muitas balanças permitem a tara de até 100 da sua capacidade. Algumas balanças eletrônicas apresentam capacidades e precisões
duplas. Essa característica permite que sua capacidade seja reduzida daquela de uma macrobalança para aquela de uma semimicrobalança 30 g com ganho correspondente na
precisão para 0,01 g. Esse tipo de balança é, na verdade, duas balanças em uma. Uma balança analítica eletrônica moderna provê uma velocidade e uma facilidade de uso sem prece-
dentes. Por exemplo, um instrumento pode ser controlado por meio de toques em várias posições ao longo de uma única barra. Uma posição da barra liga ou desliga o instrumento, outra calibra automaticamente
a balança com o uso de uma massa-padrão ou um par de massas e uma terceira zera o mostrador, com ou sem um objeto sobre o prato.
Medidas de massas confiáveis são obtidas com pouco ou mesmo sem nenhum treinamento.
Figura 2-3 Balanças analíticas eletrônicas. a Configuração clássica com o prato abaixo da célula. b Configuração com prato acima da célula prato superior. Observe que o mecanismo fica abrigado em um gabinete dotado de janelas. [a
Reimpresso de R. M. Schoonover, Anal. Chem., 1982, n. 54, p. 973A. Publicado em 1982 pela American Chemical Society. b Reimpresso de K. M. Lang. Amer. Lab., 1983, v. 15, n. 3, p. 72. Copyright 1983 da International Scientific
Communications, Inc.]
A tara é a massa de um frasco de
amostra vazio. Tarar é o processo de ajuste da balança para
apresentar leitura zero na presença da tara.
Fotografias de uma balança eletrônica moderna são mostradas
nos encartes coloridos 19 e 20.
Detector de nulo Flexor
Fulcro
Paralelogramo de contenção
de carga
a Acoplador
de carga
Prato de pesagem Mostrador digital
Célula de força eletromagnética
Prato
Célula b
Bobina Detector de nulo
2D-3 A Balança Analítica Mecânica de Prato Único
Componentes
Embora elas sejam consideravelmente diferentes na aparência e nas características de desempenho, todas as balanças mecânicas, de dois pratos e de prato único, têm vários componentes em comum. A Figura 2-4
exibe um diagrama de uma balança mecânica típica de prato único. O fundamental nessa balança é o braço leve que é suportado em uma superfície plana, por um cutelo em forma
de prisma A. Ligado à extremidade esquerda do braço está o prato que vai sustentar o objeto a ser pesado e um conjunto completo de pesos
mantidos suspensos. Esses pesos podem ser levantados do braço, um de cada vez, por um arranjo mecânico que é acionado por botões de con-
trole localizados no exterior do gabinete da balança. A extremidade à direita do braço segura o contrapeso de maneira que seu tamanho equi-
libre o prato e os pesos localizados na extremidade esquerda do braço.
Um segundo cutelo B está localizado próximo à extremidade esquerda do braço e suporta uma
segunda superfície plana, a qual está localizada na parte interna de um estribo que une o prato ao braço de suporte. Os dois cutelos e suas superfícies planas são fabricados a partir de materiais extremamente
duros ágata ou safira sintética e formam dois suportes que permitem movimentos do braço e do prato com mínimo atrito. O desempenho de uma balança mecânica depende de maneira crítica da perfeição
desses dois suportes.
As balanças de prato único também são equipadas com uma trava do braço e uma trava do prato.
A trava do braço é um dispositivo mecânico que levanta o braço de forma que o cutelo central não toque mais em sua superfície de sustentação e libere simultaneamente o estribo do contato com o cutelo ex-
terno. O objetivo de ambas as travas é o de prevenir danos aos suportes enquanto os objetos são colocados ou removidos do prato. Quando
acionada, a trava do braço suporta a maior parte do peso do prato e de seu conteúdo e assim impede as oscilações. Ambas as travas são con-
troladas por uma alavanca montada externamente ao gabinete da ba- lança e devem estar acionadas quando a balança não estiver em uso.
Um amortecedor a ar está posicio-
nado próximo à extremidade oposta à do prato. Esse dispositivo consiste em um
pistão que se move em um cilindro con- cêntrico, ligado ao gabinete da balança. O
ar que ocupa o cilindro sofre expansão e contração quando o braço se movimenta;
o braço retorna rapidamente ao repouso em função dessa oposição ao movimento.
A proteção contra as correntes de ar é necessária para permitir a diferencia-
ção entre pequenas diferenças de massa 1 mg. Uma balança analítica, portan-
to, está sempre dentro de um gabinete equipado com portas, para permitir a
introdução ou remoção de objetos.
Pesagem com uma Balança de Prato Único
O braço de uma balança adequadamente ajustada apresenta uma posição essen-
Para evitar danos aos cutelos e superfícies dos suportes, o sistema
de travas de uma balança mecânica deve estar ligado em todos os
momentos, com exceção da etapa de pesagem.
Figura 2-4 Balança analítica mecânica de prato único. De R. M. Schoonover, Anal. Chem., p. 1982, n. 54, p. 973A. Publicado em 1982
pela American Chemical Society.
Contrapeso Mostrador
A A
B B
Estribo Cutelos
Pesos internos
Prato Amortecedor
Braço Escala
Lâmpada do sistema óptico
Os dois cutelos de uma balança
mecânica são dispositivos de ágata ou safira, em forma de prisma, que
mantêm uma posição de mínimo atrito com as duas superfícies
planas contidas em
estribos
que também são feitos de ágata ou safira.
cialmente horizontal quando não existem objetos no prato e todos os pesos estão em seus lugares. Quando o prato e as travas estão liberados, o braço fica livre para girar em torno do cutelo. A colocação de um obje-
to no prato faz que o lado esquerdo do braço se mova para baixo. Os pesos são então sistematicamente removidos, um a um, do braço da balança, até que o desbalanceamento seja menor que 100 mg. O ângulo
de deflexão do braço, em relação à sua posição horizontal original, é diretamente proporcional aos pesos que precisam ser removidos para que o braço retorne à sua posição horizontal original. O sistema óptico
mostrado na parte superior da Figura 2-4 mede esse ângulo de deflexão e o converte em miligramas. O retículo
, que é uma pequena tela transparente montada no braço da balança, é marcado com uma escala que varia entre 0 e 100 mg. Um feixe de luz passa através da escala e de uma série de lentes de aumento,
as quais por sua vez focalizam uma pequena parte da escala aumentada em uma placa de vidro recoberta localizada na parte frontal da balança. Um vernier torna possível ler essa escala próximo a 0,1 mg.
Precauções no Uso de uma Balança Analítica
A balança analítica é um instrumento delicado que você precisa manusear com cuidado. Consulte seu pro- fessor para obter as instruções detalhadas com relação ao processo de pesagem em seu modelo específico
de balança. Observe as seguintes regras gerais no trabalho com uma balança analítica, não obstante a marca ou modelo:
1.
Centralize tanto quanto possível a carga no prato da balança.
2. Proteja a balança contra a corrosão. Os objetos a serem colocados sobre o prato devem ser limitados a
metais inertes, plásticos inertes e materiais vítreos.